Notícia
Ministro reitera "plena confiança" no presidente da Proteção Civil que foi constituído arguido
Mourato Nunes foi constituído arguido mas continua a ter a "plena confiança" de Eduardo Cabrita, refere uma nota emitida pelo gabinete do Ministério da Administração Interna.
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, reiterou hoje a "plena confiança" no presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), apesar deste ter sido constituído arguido no caso das golas.
"O Ministro da Administração Interna reitera a plena confiança no Presidente e em toda a estrutura da ANEPC, cuja motivação e desempenho são essenciais para a segurança dos portugueses", refere uma nota do gabinete de Eduardo Cabrita.
Mourato Nunes, presidente da ANEPC, foi na quarta-feira constituído arguido na investigação ao negócio das golas antifumo, juntamente com o secretário de Estado, disse hoje à Lusa fonte ligada ao processo.
José Artur Neves demitiu-se ontem, mas Mourato Nunes não o fez. "O Ministro da Administração Interna respeita as decisões individuais tomadas pelo Eng.º José Artur Neves e pelo Tenente-General Carlos Mourato Nunes", refere a nota de Eduardo Cabrita, onde se destaca "o papel da ANEPC na transformação estrutural no Sistema de Proteção Civil, que permitiu os resultados alcançados em 2018 e em 2019 no âmbito do combate aos incêndios rurais e das ações de planeamento civil de emergência".
O Ministério Público (MP) está a investigar os negócios efetuados no âmbito dos programas "Aldeia Segura", "Pessoas Seguras", nos quais foram distribuídos cerca de 70 mil ´kits´ com as golas antifumo, e "Rede Automática de Avisos à População" (SMS) por suspeitas de fraude na obtenção de subsídio, de participação económica em negócio e de corrupção.
Foram realizadas oito buscas domiciliárias e 46 não domiciliárias, no inquérito que é dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
As buscas decorreram em vários locais, incluindo o Ministério da Administração Interna, a Secretaria de Estado da Proteção Civil, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e Comandos Distritais de Operações de Socorro e empresas que realizaram contratos com o Estado.
A operação tem a participação de seis magistrados do MP.
O caso das golas antifumo (golas que fazem parte do 'kit' distribuído à população no âmbito do programa "Aldeia Segura", "Pessoas seguras") levou o ministro da Administração Interna a pedir um "inquérito urgente" sobre a contratação de "material de sensibilização para incêndios", a 27 de julho.
Dois dias depois da decisão do ministro, o adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil, Francisco Ferreira, demitiu-se, depois de ter sido noticiado o seu envolvimento na escolha das empresas que produziram os 'kits' de emergência.