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Melo diz que não houve acordo do CDS com Chega e que sempre esteve disponível para aprovar "vices"

Nuno Melo defendeu que "sempre disse que votaria a favor" do candidato indicado pela AD, como força política mais votada, e dos vice-presidentes dos quatro maiores partidos. "Para isso não são precisos acordos, é uma questão de palavra e vontade de resolver os problemas", declarou.

Nuno Melo
27 de Março de 2024 às 00:17
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O presidente do CDS-PP afirmou na terça-feira à noite que "nunca houve nenhum acordo" entre o seu partido e o Chega, mas salientou que esteve e estará disponível para aprovar os candidatos a vice-presidentes dos quatro maiores partidos.

Em declarações aos jornalistas no parlamento, depois de três tentativas falhadas para eleger o presidente da Assembleia da República, Nuno Melo recordou que o CDS-PP voltou nesta legislatura ao parlamento, depois de dois anos de ausência, mas pareceu-lhe ter "aterrado numa realidade paralela".

"Hoje houve quem, neste parlamento, desse um triste sinal ao país. O que seria normal, uma eleição expedita, transformou-se num número de circo", criticou.

Questionado sobre se - como afirmou André Ventura - disse não ter havido um acordo entre o Chega e a AD, Nuno Melo salientou que só fala como presidente do CDS-PP.

"Eu disse que não houve nenhum acordo com o CDS-PP, eu sou presidente do CDS e não houve nenhum acordo com o CDS, nem é preciso", afirmou.

Nuno Melo defendeu que "sempre disse que votaria a favor" do candidato indicado pela AD, como força política mais votada, e dos vice-presidentes dos quatro maiores partidos. "Para isso não são precisos acordos, é uma questão de palavra e vontade de resolver os problemas", declarou.

Para a nova eleição marcada para as 12:00, Nuno Melo disse manter essa postura e recusou dizer se a AD deve ou não manter o candidato José Pedro Aguiar-Branco.

"Ultrapassa-se da forma simples, se se tiver em conta que o interesse de partidos não podem prevalecer sobre o interesse nacional", afirmou, acrescentando que são precisos "adultos na sala" e que CDS-PP, PSD e IL tiveram essa postura.

O parlamento tentou na terça-feira, por três vezes, eleger um novo presidente da Assembleia da República, mas sem sucesso, já que nenhum candidato obteve a necessária maioria absoluta.

A primeira eleição do presidente do parlamento, feita por voto secreto, começou pelas 15:00, apenas com o deputado social-democrata José Pedro Aguiar-Branco como candidato.

Pelas 17:00, era anunciado o primeiro falhanço desta eleição para presidente da Assembleia da República, já que o antigo ministro da Defesa obteve 89 votos a favor, 134 brancos e sete nulos.

Cerca de uma hora depois, o PSD retirou a candidatura, mas pelas 19:00 o antigo ministro da Defesa voltou a reapresentá-la. Pela mesma hora, o PS decidia avançar com a candidatura de Francisco Assis e o Chega com a de Manuela Tender.

Na primeira volta deste segundo processo de votação, o socialista venceu por uma margem curta (90 contra 88 de Aguiar-Branco) e a deputada do Chega ficaria pelo caminho com 49 votos.

À segunda volta - terceira tentativa de eleição -, repetiu-se novo falhanço, com resultados muito semelhantes: 90 votos para Assis e 88 para Aguiar-Branco, sem que nenhum conseguisse a necessária maioria absoluta de votos favoráveis.

O parlamento vai voltar a reunir-se na quarta-feira às 12:00 para uma nova votação para o cargo de presidente da Assembleia da República, podendo ser apresentadas candidaturas até às 11:00.
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