O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, foi o primeiro dos responsáveis europeus a avaliar o dados das eleições que decorreram este domingo e segunda-feira em Itália. “O povo expressou a sua insatisfação com estas políticas”. “Tomemos este aviso como sério. Os cidadãos estão dispostos a fazer sacrifícios, mas somente se estes conduzirem a uma melhoria”.

O votos dos italianos reflecte uma rejeição clara dos “cortes unilaterais” e, sobretudo, coloca em causa a ideia de que esses cortes servem para recuperar a confiança, noticia o “El País”. Schulz está consciente de que boa parte do descontentamento dos eleitores, não só em Itália, é dirigido a Bruxelas. “As regras europeias decidiram-se pelo apoio a Itália e este pressuposto foi decidido em Itália, mas a percepção pública é que a ideia veio da Europa. É um assunto sério. Devemos dialogar sobre como superar esta situação”, analisou Schulz.

Como resposta, Schulz crê que a Europa deve proceder a uma melhor combinação entre os cortes e as políticas que fomentam o crescimento e o emprego, especialmente nos jovens. “A maioria do Parlamento já pediu isso à Comissão Europeia e, sobretudo, aos Estados”.

O que aconteceu em Itália não afecta só os italianos. “Estamos todos no mesmo barco. Todos os partidos no Parlamento devem falar com os seus interlocutores italianos”. Schulz admitiu que se criou uma situação difícil em Itália, mas está confiante na formação de um Governo.

Apesar das críticas que sempre fez a Silvio Berlusconi, Schulz recordou que o magnata conseguiu muitos votos. “Tem o apoio de muitos italianos e todo o mundo deve respeitar isso”.