Notícia
Marisa Matias lembra que nem todos têm condições para confinar e aponta à habitação
A candidata presidencial bloquista, Marisa Matias, alertou hoje que "nem toda a gente tem as mesmas condições para fazer um confinamento", dando o exemplo da habitação, que está a perder a batalha "contra a especulação imobiliária e o negócio".
14 de Janeiro de 2021 às 19:36
Em vésperas do país voltar a ficar fechado em casa devido à pandemia de covid-19, Marisa Matias deslocou-se até à Rua dos Lagares, em plena Mouraria, em Lisboa, para se juntar à luta das moradoras que há anos lutam contra as ameaças de despejo pelo fundo imobiliário que adquiriu o prédio no número 25 daquela rua.
"É uma luta à qual devemos muito pela dignidade, pelo direito, um dos mais básicos, que é o da habitação e que infelizmente é um dos pilares que sistematicamente tem ficado para trás. São mulheres que muito admiro porque esta é uma causa que temos em comum e porque faz parte também do modelo de país que entendemos que é o que merecemos", explicou aos jornalistas, no final do encontro com as moradoras.
Em contexto de pandemia, a recandidata apoiada pelo BE deixou um alerta: "vamos iniciar um próximo confinamento a partir de amanhã [sexta-feira] e eu não me esqueço que nem toda a gente tem as mesmas condições para fazer confinamento".
"Há famílias grandes em casas muito pequenas, há famílias que não têm sequer recursos para poder aquecer as suas casas, há pessoas e famílias que nem casa têm e eu não me esqueço delas em nenhum momento e não poderia esquecer também no contexto desta campanha. O direito à habitação é um direito absolutamente fundamental", defendeu.
Para Marisa Matias, "garantir a habitação como direito e tentar libertar a habitação do fenómeno tão persistente e permanente da especulação imobiliária" bem como possibilitar rendas acessíveis a quem quer viver nas cidades são eixos centrais de atuação.
"Parece-me absolutamente fundamental colocar esta questão no centro da agenda política e usar todos os meios que temos à nossa disposição para evitar que as pessoas estejam a perder esta batalha com a especulação imobiliária e com o negócio", apontou.
A dirigente do BE aproveitou este tema para criticar o presidente recandidato, Marcelo Rebelo de Sousa.
"Infelizmente, muito recentemente, quando o Presidente da República teve a oportunidade de se pronunciar numa disputa entre a especulação e as pessoas, tomou o lugar da especulação e não das pessoas e o lugar de quem está na Presidência da República é o lugar de estar ao lado do direito da habitação e sobretudo o lugar de estar sempre, sempre ao lado das pessoas", condenou.
Junto a três das quatro mulheres que vivem esta ameaça -- as chamadas "gaulesas da Rua dos Lagares" - Marisa Matias explicou que, neste momento, estas estão "protegidas por um acordo que foi feito entre a câmara e o proprietário, mas essa proteção não dura sempre".
"E neste momento temos também tantas pessoas e tantas famílias que estão protegidas pelo facto do parlamento ter aprovado uma lei, absolutamente urgente, que é ninguém poder ser despejado até junho de 2021 e isso é de facto uma ajuda, mas uma ajuda não se confunde com o apoio que é necessário", avisou.
Embora as pessoas não possam ser despejadas durante o período da epidemia, segundo a bloquista, "a verdade é que muitas delas perderam os seus rendimentos e por isso não têm condições para poder pagar a sua renda", estando ainda a "acumular uma situação de dívida que poderão não ter como responder".
"É uma luta à qual devemos muito pela dignidade, pelo direito, um dos mais básicos, que é o da habitação e que infelizmente é um dos pilares que sistematicamente tem ficado para trás. São mulheres que muito admiro porque esta é uma causa que temos em comum e porque faz parte também do modelo de país que entendemos que é o que merecemos", explicou aos jornalistas, no final do encontro com as moradoras.
"Há famílias grandes em casas muito pequenas, há famílias que não têm sequer recursos para poder aquecer as suas casas, há pessoas e famílias que nem casa têm e eu não me esqueço delas em nenhum momento e não poderia esquecer também no contexto desta campanha. O direito à habitação é um direito absolutamente fundamental", defendeu.
Para Marisa Matias, "garantir a habitação como direito e tentar libertar a habitação do fenómeno tão persistente e permanente da especulação imobiliária" bem como possibilitar rendas acessíveis a quem quer viver nas cidades são eixos centrais de atuação.
"Parece-me absolutamente fundamental colocar esta questão no centro da agenda política e usar todos os meios que temos à nossa disposição para evitar que as pessoas estejam a perder esta batalha com a especulação imobiliária e com o negócio", apontou.
A dirigente do BE aproveitou este tema para criticar o presidente recandidato, Marcelo Rebelo de Sousa.
"Infelizmente, muito recentemente, quando o Presidente da República teve a oportunidade de se pronunciar numa disputa entre a especulação e as pessoas, tomou o lugar da especulação e não das pessoas e o lugar de quem está na Presidência da República é o lugar de estar ao lado do direito da habitação e sobretudo o lugar de estar sempre, sempre ao lado das pessoas", condenou.
Junto a três das quatro mulheres que vivem esta ameaça -- as chamadas "gaulesas da Rua dos Lagares" - Marisa Matias explicou que, neste momento, estas estão "protegidas por um acordo que foi feito entre a câmara e o proprietário, mas essa proteção não dura sempre".
"E neste momento temos também tantas pessoas e tantas famílias que estão protegidas pelo facto do parlamento ter aprovado uma lei, absolutamente urgente, que é ninguém poder ser despejado até junho de 2021 e isso é de facto uma ajuda, mas uma ajuda não se confunde com o apoio que é necessário", avisou.
Embora as pessoas não possam ser despejadas durante o período da epidemia, segundo a bloquista, "a verdade é que muitas delas perderam os seus rendimentos e por isso não têm condições para poder pagar a sua renda", estando ainda a "acumular uma situação de dívida que poderão não ter como responder".