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Marcelo promete afectos, proximidade, simplicidade e estabilidade em Belém

Para o Presidente da República eleito, Marcelo Rebelo de Sousa, "afectos, proximidade, simplicidade e estabilidade" foram as ideias da campanha que quer que presidam ao exercício do cargo, considerando que todos os seus antecessores serviram positivamente Portugal.

Miguel Baltazar
03 de Março de 2016 às 20:47
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No discurso durante o lançamento do livro "Afetos", do fotógrafo Rui Ochoa e que reúne algumas das fotografias da campanha para as eleições presidenciais, Marcelo Rebelo de Sousa explicou que "afectos, proximidade, simplicidade e estabilidade foram ideias da campanha" e que deseja "que venham a presidir" ao mandato que iniciará na quarta-feira, 9 de Março, com a tomada de posse.

Admitindo que "muito depende da realidade" para que isso se concretize, o Presidente da República eleito destacou que "o objectivo cimeiro é o serviço dos portugueses" e antecipou uma ideia que defende num artigo que será publicado no semanário Expresso sobre a história dos presidentes da República em Portugal.

"Pensando só nos presidentes em democracia, há que reconhecer que todos eles serviram, de acordo com os seus diversos estilos, de uma forma claramente positiva os portugueses e Portugal", enalteceu.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "muitas vezes acontece que só a história, com a distância, permite um juízo sereno e isento sobre as presidenciais, como aliás a vida política geral", reiterando que todos os seus antecessores "serviram Portugal e os portugueses" e que "esse foi o objectivo da campanha retratada neste livro e é o objectivo da Presidência".

"Agora quando nos encontrarmos, provavelmente depois do dia 9, será comigo a falar de pé e não a falar sentado, com aqueles requintes protocolares que fazem com que se possa dizer, em rigor, que comparado com o protocolo mesmo os actores ou os grupos políticos mais radicais e mais rígidos, são suaves e diplomáticos", ironizou.

O Presidente da República eleito antevê que "é num contexto em que haverá uma luta diária e constante entre o protocolo, a simplicidade e o estilo do Presidente da República" que se vai viver a partir do dia da tomada de posse.

Marcelo recordou uma ideia que defendeu ao longo da campanha de que um país como Portugal "não pode viver sucessivamente em campanhas eleitorais" e que, por isso mesmo, se empenhou na redução da crispação em que o país viveu no período pós-legislativo.

O prefácio do livro de Rui Ochoa é intitulado "Uma campanha diferente", onde Marcelo recorda que tomou uma decisão definitiva sobre a sua candidatura já muito em cima da data das eleições.

O Presidente da República eleito reiterou que o "mais importante é romper com as candidaturas tradicionais na orgânica, no financiamento e na actuação" e "não aceitar apoios financeiros, criadores de dependências futuras, nem ficar preso a estruturas".

"Tomar sempre em consideração que o país queria acalmia, serenidade, desdramatização e precisava delas, que convergiam, de resto, com a feição pessoal e cívica do candidato", recordou ainda.

Segundo Marcelo, "foi o cabo dos trabalhos resistir ao ambiente vivido até Dezembro", uma vez que "os lados conflituantes não aceitavam nem toleravam" a orientação da sua candidatura.

"Todos e mais alguns queriam usar a candidatura como segunda volta das legislativas. E reclamavam por estruturas para influenciar, meios para controlar, equipas para condicionar", confessou.

O Presidente eleito admitiu que "qualquer desvio seria fatal", mas que "não houve desvio" e deixou uma resposta: "Enganaram-se os muitos que pensaram que abertura de espírito e capacidade de diálogo eram iguais a indefinição de princípios ou flutuação de condutas".
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