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Marcelo: EUA não têm alternativa à União Europeia como aliado
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu esta segunda-feira que os Estados Unidos não têm alternativa à União Europeia como aliado e que é do interesse das duas partes permanecerem aliadas e amigas.
O chefe de Estado deixou esta mensagem em declarações à comunicação social, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, à saída de uma conferência sobre as relações bilaterais com os Estados Unidos, em que apresentou Portugal como "a primeira porta da América do Norte para a União Europeia do futuro" e apelou à "cooperação energética ou geoestratégica no Atlântico".
Sem nunca se referir à decisão da administração norte-americana de impor tarifas alfandegárias nas importações de aço e alumínio da União Europeia, nem durante nem à saída deste encontro, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou aos jornalistas que "a América não tem alternativa para a União Europeia como aliado".
"Não tem alternativa na Europa e não tem alternativa no diálogo com outros continentes, porque a Europa esteve onde os Estados Unidos não estiveram. A Europa conhece África melhor do que os Estados Unidos, conhece uma parte da Ásia melhor do que os Estados Unidos, mantém um relacionamento muito intenso, de que a Organização Ibero-Americana é exemplo, com a América Latina", argumentou.
O Presidente da República sustentou que, "portanto, é do interesse das duas partes permanecerem não só aliadas como amigas". "E eu penso que isso é tão óbvio, tão óbvio, tão óbvio, que aquilo que é óbvio tem muita força", acrescentou.
Antes, na intervenção que fez durante esta conferência intitulada "Os Estados Unidos e Portugal: Uma Parceria para a Prosperidade", Marcelo Rebelo de Sousa salientou a importância do Atlântico para as relações bilaterais.
O chefe de Estado, que não abordou a situação da base das Lajes, nos Açores, considerou que é "imperativo que nenhum dos lados volte as costas para o Atlântico" e manifestou-se expectante na criação de "parcerias mutuamente promissoras".
O Presidente da República destacou o sector da energia, "não só atendendo aos seus potenciais benefícios económicos, como sublinhando o significado geoestratégico das linhas de transporte no Atlântico de LNG (gás natural liquefeito) dos Estados Unidos para a Europa com entrada por Portugal em Sines".
Mais à frente, reforçou esta aposta: "Vemos com todo o apreço os sinais que, do outro lado do Atlântico, tenham chegado ou venham a chegar atentos à cooperação energética ou geoestratégica no Atlântico".