Notícia
Marcelo diz que esteve previsto encontro, mas Temer cancelou
O Presidente referiu que "os portugueses estão mal habituados", a "um Presidente da República e a um primeiro-ministro que, por virtude da situação estável (...) do país, têm uma disponibilidade constante que não é habitual noutros Estados".
11 de Junho de 2017 às 11:32
O Presidente da República português esclareceu hoje que esteve previsto um encontro, a pedido do seu homólogo brasileiro, em que participaria também o primeiro-ministro português, mas que foi cancelado por "um problema no programa" de Michel Temer.
Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa estão em São Paulo e Rio de Janeiro este fim-de-semana para comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.
"Houve um pedido do senhor Presidente da República Federativa do Brasil, supondo que podia estar em São Paulo amanhã [domingo] de manhã, e pediu para ser recebido", afirmou aos jornalistas Marcelo Rebelo de Sousa, durante uma receção com representantes da comunidade portuguesa, no Teatro Municipal de São Paulo, após um concerto da fadista Gisela João.
"Surgiu um problema no programa do senhor Presidente da República Federativa e, pedindo muita desculpa, disse que não estava com disponibilidade de horário para poder aparecer", disse o chefe de Estado português.
O encontro, mencionou, seria entre "o senhor Presidente Michel Temer, o Presidente da República e o primeiro-ministro de Portugal em simultâneo".
O cancelamento do encontro "não foi recente", afirmou ainda.
"Já sabíamos que não era possível, com muita pena nossa", mencionou.
Antes, o Presidente afirmara: "Foi o essencial, que é o encontro entre povos. Há aqui um princípio básico, que é só dança quem está na roda, e quem está na roda, quer estar na roda".
Questionado sobre se há diferenças em relação à celebração do 10 de Junho no ano passado, em França, onde foi recebido pelo então Presidente francês, François Hollande, Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que sim.
"Sim, mas nós não comentamos a política interna dos outros países nem os calendários e os programas de vida dos outros Presidentes. Há Presidentes que, em virtude de conjunturas que só eles conhecem e de problemas que só eles conhecem, têm mais disponibilidade que outros", disse.
O Presidente referiu ainda que "os portugueses estão mal habituados".
"Estão habituados a um Presidente da República e a um primeiro-ministro que, por virtude da situação estável, tranquila do país, têm uma disponibilidade constante que não é habitual noutros Estados", afirmou.
Mas, sublinhou, as autoridades portuguesas sentiram e sentirão, nesta deslocação, "o abraço brasileiro".
"Sentimos, na forma acolhedora como o senhor prefeito [João Dória] nos recebeu, ele próprio disse ?O Brasil está convosco', como amanhã [domingo] sentiremos com o senhor governador do Estado de São Paulo, como sentiremos no Rio também com autoridades brasileiras", afirmou.
Ao seu lado, o primeiro-ministro acrescentou: "O objetivo principal deste encontro é festejar com as comunidades portuguesas", e o Presidente retorquiu: "Claro".
Na receção com aquela que é a segunda maior comunidade portuguesa no Brasil, com mais de 212 mil pessoas, o Presidente abraçou os netos, que vivem em São Paulo, e cumprimentou dezenas de pessoas, distribuindo abraços e beijos e posando para fotografias 'selfie' que as pessoas iam pedindo.
"Se o Brasil tivesse um Presidente destes, estava bem para caramba", comentou um cidadão brasileiro.
"Certeza" no futuro do Brasil
O Chefe de Estado manifestou contudo a sua "certeza no futuro do Brasil", uma "grande potência" com "capacidade de recriação, de inovação, de projeção" dadas as "riquezas naturais e riqueza humana ilimitada".
"A palavra que posso dizer aos portugueses é uma palavra de certeza no futuro do Brasil. Não tenho dúvida nenhuma no futuro do Brasil", afirmou aos jornalistas, a bordo do voo entre o Porto e São Paulo.
"Eu sei que o Brasil é uma grande potência. O Brasil - como todos os países - tem momentos que são aparentemente mais difíceis e outros aparentemente mais fáceis, mas tem uma capacidade de recriação, tem uma capacidade de inovação, de projeção no futuro, pelas riquezas naturais que tem e pela riqueza humana, que é ilimitada. Nesse sentido, acredito no Brasil", declarou, a propósito da mensagem que pretende transmitir à comunidade portuguesa e luso-brasileira em São Paulo, este sábado, e no Rio de Janeiro, no domingo.
A deslocação do Presidente e do primeiro-ministro, António Costa, acompanhados por outros membros do Governo, a São Paulo e ao Rio de Janeiro, este sábado e domingo para as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, ocorre num momento de turbulência política e social, com o Presidente Temer envolvido em suspeitas de corrupção.
Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que a comunidade no Brasil é diferente da que vive, por exemplo, nos Estados Unidos, França ou Luxemburgo.
"Vão estar [nas duas cidades brasileiras] pessoas de muito diferentes idades e que têm em comum, primeiro, as raízes portuguesas; segundo, um grande apego a Portugal - isso é muito forte na comunidade luso-brasileira -; terceiro, o estarem num país que fala a mesma língua e que tem muitas ligações históricas com Portugal", comentou.
O Presidente assinalou que a comunidade portuguesa no Brasil tem emigrantes com 70, 80 anos, mas também descendentes de quem emigrou ainda antes, no final do século XIX ou início do século XX, os que para aqui vieram na segunda metade do século passado e, ainda, mais recentemente, "quadros que vieram mais recentemente por causa da crise ou no exercício de funções profissionais, ou para desenvolverem atividades relacionadas com as suas qualificações académicas".
Questionado sobre se a "palavra de incondicional solidariedade" para com os emigrantes portugueses "que mais sofrem ou desesperam", que deixou no seu discurso no sábado de manhã no Porto, se dirigia às comunidades na Venezuela, Marcelo Rebelo de Sousa recusou.
"É um juízo geral que se aplica a todos os portugueses e portuguesas que neste momento têm mais dificuldade do que outros ou outras. E isso acontece em vários países do mundo, em que há dificuldades económicas, financeiras, sociais. Não estou a falar de casos específicos", afirmou.
Durante a viagem, a bordo de um avião da TAP, o Presidente aproveitou as quase 10 horas de voo para trabalhar: viu, com o chefe da Casa Civil, o programa "até ao fim do ano e o do ano que vem", avançou o discurso que irá proferir no próximo dia 18, na entrega do prémio a fundação da Casa Mateus, em Vila Real, ao escritor Mário Cláudio, leu um livro de Marcello Duarte Mathias e anotou o que "gostaria de ouvir" no programa musical da Fundação Calouste Gulbenkian, em 2018.
As comemorações do Dia de Portugal no Brasil arrancaram no sábado à noite, cerca das 21:00 em São Paulo (menos quatro horas que em Lisboa), com um concerto da fadista Gisela João, seguindo-se um encontro com representantes da comunidade portuguesa, no Teatro Municipal.
Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa estão em São Paulo e Rio de Janeiro este fim-de-semana para comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.
"Surgiu um problema no programa do senhor Presidente da República Federativa e, pedindo muita desculpa, disse que não estava com disponibilidade de horário para poder aparecer", disse o chefe de Estado português.
O encontro, mencionou, seria entre "o senhor Presidente Michel Temer, o Presidente da República e o primeiro-ministro de Portugal em simultâneo".
O cancelamento do encontro "não foi recente", afirmou ainda.
"Já sabíamos que não era possível, com muita pena nossa", mencionou.
Antes, o Presidente afirmara: "Foi o essencial, que é o encontro entre povos. Há aqui um princípio básico, que é só dança quem está na roda, e quem está na roda, quer estar na roda".
Questionado sobre se há diferenças em relação à celebração do 10 de Junho no ano passado, em França, onde foi recebido pelo então Presidente francês, François Hollande, Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que sim.
"Sim, mas nós não comentamos a política interna dos outros países nem os calendários e os programas de vida dos outros Presidentes. Há Presidentes que, em virtude de conjunturas que só eles conhecem e de problemas que só eles conhecem, têm mais disponibilidade que outros", disse.
O Presidente referiu ainda que "os portugueses estão mal habituados".
"Estão habituados a um Presidente da República e a um primeiro-ministro que, por virtude da situação estável, tranquila do país, têm uma disponibilidade constante que não é habitual noutros Estados", afirmou.
Mas, sublinhou, as autoridades portuguesas sentiram e sentirão, nesta deslocação, "o abraço brasileiro".
"Sentimos, na forma acolhedora como o senhor prefeito [João Dória] nos recebeu, ele próprio disse ?O Brasil está convosco', como amanhã [domingo] sentiremos com o senhor governador do Estado de São Paulo, como sentiremos no Rio também com autoridades brasileiras", afirmou.
Ao seu lado, o primeiro-ministro acrescentou: "O objetivo principal deste encontro é festejar com as comunidades portuguesas", e o Presidente retorquiu: "Claro".
Na receção com aquela que é a segunda maior comunidade portuguesa no Brasil, com mais de 212 mil pessoas, o Presidente abraçou os netos, que vivem em São Paulo, e cumprimentou dezenas de pessoas, distribuindo abraços e beijos e posando para fotografias 'selfie' que as pessoas iam pedindo.
"Se o Brasil tivesse um Presidente destes, estava bem para caramba", comentou um cidadão brasileiro.
"Certeza" no futuro do Brasil
O Chefe de Estado manifestou contudo a sua "certeza no futuro do Brasil", uma "grande potência" com "capacidade de recriação, de inovação, de projeção" dadas as "riquezas naturais e riqueza humana ilimitada".
"A palavra que posso dizer aos portugueses é uma palavra de certeza no futuro do Brasil. Não tenho dúvida nenhuma no futuro do Brasil", afirmou aos jornalistas, a bordo do voo entre o Porto e São Paulo.
"Eu sei que o Brasil é uma grande potência. O Brasil - como todos os países - tem momentos que são aparentemente mais difíceis e outros aparentemente mais fáceis, mas tem uma capacidade de recriação, tem uma capacidade de inovação, de projeção no futuro, pelas riquezas naturais que tem e pela riqueza humana, que é ilimitada. Nesse sentido, acredito no Brasil", declarou, a propósito da mensagem que pretende transmitir à comunidade portuguesa e luso-brasileira em São Paulo, este sábado, e no Rio de Janeiro, no domingo.
A deslocação do Presidente e do primeiro-ministro, António Costa, acompanhados por outros membros do Governo, a São Paulo e ao Rio de Janeiro, este sábado e domingo para as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, ocorre num momento de turbulência política e social, com o Presidente Temer envolvido em suspeitas de corrupção.
Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que a comunidade no Brasil é diferente da que vive, por exemplo, nos Estados Unidos, França ou Luxemburgo.
"Vão estar [nas duas cidades brasileiras] pessoas de muito diferentes idades e que têm em comum, primeiro, as raízes portuguesas; segundo, um grande apego a Portugal - isso é muito forte na comunidade luso-brasileira -; terceiro, o estarem num país que fala a mesma língua e que tem muitas ligações históricas com Portugal", comentou.
O Presidente assinalou que a comunidade portuguesa no Brasil tem emigrantes com 70, 80 anos, mas também descendentes de quem emigrou ainda antes, no final do século XIX ou início do século XX, os que para aqui vieram na segunda metade do século passado e, ainda, mais recentemente, "quadros que vieram mais recentemente por causa da crise ou no exercício de funções profissionais, ou para desenvolverem atividades relacionadas com as suas qualificações académicas".
Questionado sobre se a "palavra de incondicional solidariedade" para com os emigrantes portugueses "que mais sofrem ou desesperam", que deixou no seu discurso no sábado de manhã no Porto, se dirigia às comunidades na Venezuela, Marcelo Rebelo de Sousa recusou.
"É um juízo geral que se aplica a todos os portugueses e portuguesas que neste momento têm mais dificuldade do que outros ou outras. E isso acontece em vários países do mundo, em que há dificuldades económicas, financeiras, sociais. Não estou a falar de casos específicos", afirmou.
Durante a viagem, a bordo de um avião da TAP, o Presidente aproveitou as quase 10 horas de voo para trabalhar: viu, com o chefe da Casa Civil, o programa "até ao fim do ano e o do ano que vem", avançou o discurso que irá proferir no próximo dia 18, na entrega do prémio a fundação da Casa Mateus, em Vila Real, ao escritor Mário Cláudio, leu um livro de Marcello Duarte Mathias e anotou o que "gostaria de ouvir" no programa musical da Fundação Calouste Gulbenkian, em 2018.
As comemorações do Dia de Portugal no Brasil arrancaram no sábado à noite, cerca das 21:00 em São Paulo (menos quatro horas que em Lisboa), com um concerto da fadista Gisela João, seguindo-se um encontro com representantes da comunidade portuguesa, no Teatro Municipal.