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Marcelo anuncia que Draghi vai estar no Conselho de Estado em janeiro

O chefe de Estado fez o anúncio no encerramento da conferência que assinalou o terceiro aniversário da CNN Portugal, num hotel de Lisboa, em que dirigiu "uma palavra especial" ao ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE).

Mario Draghi assumiu a liderança do governo italiano em fevereiro de 2021 no meio de uma crise política e sanitária com a covid-19.
Guglielmo Mangiapane/EPA
25 de Novembro de 2024 às 22:25
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou esta segunda-feira que o antigo primeiro-ministro italiano Mario Draghi irá participar novamente numa reunião do Conselho de Estado, em janeiro, para falar do seu relatório sobre competitividade europeia.

O chefe de Estado fez este anúncio no encerramento de uma conferência que assinalou o terceiro aniversário da CNN Portugal, num hotel de Lisboa, em que dirigiu "uma palavra especial" ao ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE).

"Uma palavra especial para alguém que está a chegar, o Presidente Mário Draghi, que virá, aliás, convidado em janeiro, uma vez mais, ao Conselho de Estado, para falar do seu relatório e da sua visão da Europa e do mundo", disse Marcelo Rebelo de Sousa. 

Neste discurso, o Presidente da República retomou a ideia, que tem repetido ultimamente, de que se vive o "fim de um ciclo histórico" e o "fim de uma era de lideranças e de memórias", com mudanças na ordem internacional e na balança de poderes, e insistiu na necessidade de reforma dos sistemas políticos, referindo-se em particular ao contexto europeu.

"A Europa tem de reformar os seus sistemas políticos, económicos, sociais, nacionais obsoletos ou de moroso ajustamento. Com os que tem e que criaram condições objetivas para os chamados populismo, negacionismo e desinformação, não há relatório Draghi que possa ter o sucesso que merece", considerou. 

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que nesta altura "é a política que deve assumir a prioridade relativamente à gestão económica interna e externa no tocante a ganhos e perdas, mesmo quando utiliza a economia, dando-lhe asas ou impedindo o voo, primeiro, nas novas lideranças, depois, na nova balança de poderes, no final, na nova ordem internacional".

Mario Draghi, economista, presidiu ao BCE entre 2011 e 2019. Quando exercia essas funções, foi convidado por Marcelo Rebelo de Sousa a participar numa reunião do Conselho de Estado, realizada em abril de 2016, para falar sobre a situação económica e financeira da Europa.

Em junho de 2019, o Presidente da República condecorou-o com o grande-colar da Ordem do Infante D. Henrique.

Na conferência de hoje da CNN Portugal, o chefe de Estado afirmou que estão a emergir "novas lideranças sem memória" histórica, "uma geração completamente diferente daquela que acabou de ceder a liderança e desaparecer no palco, por exemplo, da Europa, ou está a desaparecer", sem nomear ninguém.

"Não têm a memória da implosão da União Soviética. Não têm a memória da reunificação alemã. Não têm a memória, mais perto de nós, do fim do franquismo. Não têm a memória, entre nós, do pré-25 de Abril, do 25 de Abril, da revolução e do imediato pós-revolução", apontou. 

Marcelo Rebelo de Sousa apelou a que quem acredita na liberdade, na democracia e no Estado de direito democrático se empenhe "fortalecer os sistemas nacionais, reformando-os", e a "manter firmes relações como a transatlântica", não dando a batalha contra as chamadas "democracias iliberais" como perdida: "Só vencerão se nós fracassarmos".
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