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Líder do CDS diz que se não ficar satisfeito com resultados será "o primeiro a ir embora"

"Se eu entender, a dada altura, que os resultados que tive não são satisfatórios e não tenho mais nada a oferecer ao meu país, eu serei o primeiro a ir-me embora", disse o líder centrista, em entrevista na TVI.

António Cotrim/Lusa
08 de Fevereiro de 2021 às 23:40
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O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, afirmou hoje que se, entender que os resultados eleitorais "não são satisfatórios", será "o primeiro" a tomar a iniciativa de deixar a liderança do partido.

"Se eu entender, a dada altura, que os resultados que tive não são satisfatórios e não tenho mais nada a oferecer ao meu país, eu serei o primeiro a ir-me embora", disse o líder centrista, em entrevista na TVI.

Questionado por Miguel Sousa Tavares se a sua sobrevivência como presidente do partido vai depender do resultado das eleições autárquicas que deverão ser agendadas para outubro, Rodrigues dos Santos (que disse no sábado que não se oporá a um congresso após esse sufrágio se for essa a vontade dos militantes) afirmou que não está "dependente da política", mas sim da sua "consciência e valores", e argumentou que "qualquer líder de um partido político em Portugal está sempre dependente da avaliação dos resultados eleitorais".

Apontando que a vitória no Conselho Nacional deste fim de semana "é suficiente" e "confirmou a de há um ano atrás", quando a sua direção foi eleita em congresso, Francisco Rodrigues dos Santos destacou que não quer "perder um segundo" do seu tempo "com querelas ou fraturas internas".

"Quero dirigir-me a todos os portugueses que esperam de um partido de direita social como o CDS uma oposição firme a este Governo, com uma proposta alternativa para as dificuldades que estão a passar", acrescentou, advogando que o seu programa tem "todas as condições de continuar".

Ainda sobre o Conselho Nacional, Francisco Rodrigues dos Santos acusou o antigo vice-presidente do CDS Adolfo Mesquita Nunes de ter provocado um "incidente político" para "criar uma rutura na liderança do partido e a substituição do presidente do CDS".

Na sua opinião, os críticos quiseram também, "através de um expediente estatutário", criar "esta clivagem do partido e desviar as atenções do essencial" para a sociedade, como o combate à pandemia.

"Se o ambiente público está intoxicado sempre com querelas, com informações que dão nota de que o CDS está dividido, e com fontes em 'off' dentro do próprio partido que querem desqualificar a liderança, é óbvio que não vamos conseguir singrar lá fora porque o partido não consegue arrumar a casa cá dentro", criticou.

Francisco Rodrigues dos Santos recusou ainda que o CDS esteja a morrer, porque "tem alma" e 47 anos de história, mas indicou que não ignora "o descontentamento que existe na sociedade" e defendeu que esse descontentamento é combatido que "soluções razoáveis", que sejam alternativa a "partidos radicais e extremistas" com soluções "tresloucadas e abjetas".

No que toca ao futuro de Portugal, o líder do CDS quer um país "competitivo do ponto de vista fiscal e económico", e defendeu medidas como baixar as tabelas de IRS e o IRC (para 19%), maior flexibilização laboral, a diminuição do "tamanho da administração pública", a limitação do mandato dos deputados e a defesa da vida.

Há duas semanas, o ex-vice-presidente do CDS Adolfo Mesquita Nunes escreveu um artigo de opinião no qual defendeu a realização de um congresso eletivo antecipado. Em resposta a este desafio, o líder do CDS apresentou uma moção de confiança à sua Comissão Política Nacional, que foi aprovada pelo Conselho Nacional na madruga de domingo com 144 votos a favor (54,4%), 113 votos contra (42,6%) e oito abstenções (3%).
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