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Jovens britânicos vingam-se de pais e avós na arena política

A rebeldia juvenil era uma caixinha de surpresas nestas eleições britânicas e pode ter ajudado a causar mais um transtorno no Reino Unido.

Reuters
10 de Junho de 2017 às 16:15
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A revolta política desde que o país optou nas urnas por sair da União Europeia no ano passado tem origem em áreas de conflito em todo o país que a primeira-ministra Theresa May interpretou mal e que o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, parece ter entendido bem.

 

O Brexit, em conjunto com os cortes de despesa e o pagamento de pensões, provocou um conflito entre gerações. Os jovens britânicos, antes apáticos, apoiaram o grito de guerra esquerdista de Corbyn e levaram "Liar, Liar", o hino da oposição que chama May de mentirosa, ao topo, com 2,7 milhões de visualizações no YouTube.

 

"Eu queria ver Theresa May ficar um pouco abalada", disse George Hames, 20, que votou no Partido Trabalhista em Londres. "O modo como Corbyn conseguiu explicitar o contraste que há entre ele e May: ele deu às pessoas um motivo para votar, não só em termos pragmáticos, mas porque isso pode mudar o mundo."

 

Após o referendo do ano passado, ocorreram protestos em algumas cidades com cartazes com frases como "Você roubou meu futuro". A votação de quinta-feira foi uma acção que falou mais alto que as palavras, porque Corbyn atraiu os estudantes com promessas como recuperar a gratuidade nas universidades e acabar com a austeridade, o que provocou um aumento no número de jovens que se registrou para votar.

 

Jovens com Corbyn

 

Amy Grant, uma atriz de 28 anos que apoia o Partido Trabalhista, disse que nunca tinha ido a um comício político antes de Corbyn. "Ele é o único político que fala para a minha geração", disse. "Ele é o único que não faz jogo de cena — ele diz o que pensa."

 

Numa reação reveladora, a quantidade de jovens do Reino Unido que tentou registar-se para votar antes da eleição geral foi maior que antes do referendo do Brexit. Cerca de dois milhões de pessoas de até 34 anos tentaram inscrever-se durante as cinco semanas anteriores ao prazo final do registo, dia 22 de Maio, mais 20% do que no período comparável antes do referendo sobre a permanência na UE, mostram dados do governo do Reino Unido.

 

"Existe um enorme abismo entre os jovens e os velhos agora", disse Nick Clegg, ex-líder dos Liberais Democratas que voltou atrás com a promessa de campanha de não elevar os custos do ensino para os estudantes universitários, ao perder o seu lugar para um candidato do Partido Trabalhista na cidade de Sheffield. "É preciso tentar estabelecer uma comunicação com o outro lado, chegar a um consenso e curar as feridas."

 

Alex Salmond, ex-líder do Partido Nacionalista Escocês, considera que o voto no partido trabalhista foi uma mensagem ao poder em Londres.

 

"Eles têm melhores políticas do que os conservadores em saúde, desigualdades, pensões", disse Douglas. "Além disso, Theresa May é tão desagradável".

 

Título original em inglês: Young Take Revenge on Old as Divided Britain Upends Its Politics

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