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Jerónimo de Sousa: Défice foi "bandeira" com que coligação quis "enganar"

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou o anterior Governo PSD/CDS-PP de ter utilizado a "bandeira" do défice para "tentar enganar" os portugueses, alertando que vão surgir "mais surpresas negativas".

Miguel Baltazar/Negócios
04 de Dezembro de 2015 às 20:59
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"Surgirão mais surpresas negativas. Toda a campanha do PSD e do CDS foi cimentada na ilusão, na propaganda e na mentira", argumentou Jerónimo de Sousa numa sessão pública em Évora, subordinada ao tema "Luta e confiança por um Portugal com futuro".

 

O líder do PCP aludiu à análise à execução orçamental até Setembro da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), divulgados na quinta-feira.

 

Segundo o secretário-geral comunista, as "surpresas negativas" da anterior coligação já incluíram, "primeiro, a questão da sobretaxa e da sua devolução" e, depois, "a situação do BANIF, do Novo Banco".

 

Agora, "ficamos a saber que essa bandeira que estavam sempre a erguer, e que ainda ontem ergueram no debate [do programa do Governo PS], das metas do défice cumpridas, que ficaria abaixo dos 3%, afinal, parece que também aí quiseram enganar os trabalhadores e o povo", continuou.

 

A análise da UTAO indica que o défice nas contas nacionais (as que contam para Bruxelas) deve ter ficado acima dos 3,7% do PIB entre Janeiro e Setembro deste ano, um valor acima da meta do anterior Governo para a totalidade do ano e dos 3% necessários para deixar o Procedimento por Défices Excessivos.

 

Perante sala cheia, Jerónimo de Sousa alertou os militantes e simpatizantes do partido que é preciso "não esquecer e responsabilizar" o anterior Governo PSD/CDS-PP, que "tanto mal fez aos trabalhadores e ao povo".

 

A coligação "tinha essas duas bandeiras, da dívida e do défice", mas, "apesar de tantos sacrifícios, de tanto esbulho, de tanto roubo nos salários, nas pensões e nas reformas, nos impostos" dos portugueses, a economia do país está "cada vez mais rastejante", frisou Jerónimo de Sousa.

 

Em relação ao entendimento com o PS, que permitiu a formação do novo Governo, o líder comunista esclareceu que "não se trata de uma coligação, nem de um acordo programático, nem tão pouco de um acordo de incidência parlamentar". "Trata-se de um entendimento bilateral entre o PCP e o PS" que incide "sobre questões muito concretas que foram identificadas como comuns e exigindo mais urgência e solução".

 

De fora, acrescentou, ficaram "questões em que se verificaram diferenças substanciais e que, colocando-se mais à frente, se verá então como encará-las, honrando os compromissos assumidos". "Não estamos nem perante um governo de esquerda, nem perante uma aliança de esquerda ou das esquerdas. Estamos perante um compromisso com objectivos concretos e imediatos que já permitiu impor à coligação PSD/CDS uma grande derrota", argumentou.

 

O caminho que está "para diante não será fácil e muito menos simples", mas "os comunistas terão e têm uma só cara, uma só palavra", avisou também Jerónimo de Sousa.

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