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Jerónimo de Sousa adverte PS para não dar como adquirida aprovação do orçamento

O secretário-geral do PCP foi confrontado com as declarações de Pedro Nuno Santos que se manifestou confiante na aprovação do orçamento para o próximo ano.

Lusa
08 de Setembro de 2018 às 19:54
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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, pediu este sábado aos socialistas para terem "calma" e não darem como adquirida a aprovação do Orçamento do Estado de 2019 (OE2019), reafirmando ,que o voto comunista depende das propostas do governo, segundo a agência Lusa.

"Eu não me quero adiantar muito, tendo em conta a expressão engraçada de que 'não há três sem quatro'", disse Jerónimo de Sousa, recordando as declarações proferidas pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, durante a visita efectuada poucas horas antes à Festa do Avante, na Quinta da Atalaia, no Seixal.


Em declarações aos jornalistas durante a visita à festa comunista, o governante mostrou-se confiante na aprovação do quarto orçamento consecutivo pelos partidos de esquerda, dizendo mesmo que "não há três sem quatro".


Jerónimo de Sousa parece ter achado alguma graça à expressão de Pedro Nuno Santos, mas aconselhou calma e deixou um aviso aos socialistas, recorrendo a um ditado popular: Cuidado, que é preciso não contar apressadamente com o ovo no dito cujo da galinha".


Antes, o líder comunista já tinha referido que provação do OE2019 não pode ser encarada com uma questão de "fezada".


"Não se trata de uma questão de fezada. Do que estamos a tratar é de um documento importante que ainda não existe. Esperamos que nos próximos 15/20 dias exista uma proposta de OE e, naturalmente, será em conformidade com os seus conteúdos, e do que resultará do exame comum que iremos fazer, que decidiremos", disse.


O dirigente comunista, que falava aos jornalistas durante uma visita ao Espaço Criança da Festa do Avante, que decorre até domingo na Quinta da Atalaia, no Seixal, reconheceu que as negociações para o OE2019 ainda estão numa fase muito preliminar, até porque ainda não há uma proposta concreta do partido do governo, mas defendeu que o mais importante é perceber-se se o PS está disposto a "manter o caminho da reposição de direitos e se é para andar para a frente, ou para parar, ou até retroceder".


"Gostaria de deixar claro que o PCP criou condições para que este governo existisse, mas, desde o princípio, nunca disse que assinaria de cruz e que estaria de acordo com políticas e medidas que colidem com aquilo que é o nosso ponto de vista, com a nossa proposta", disse Jerónimo de Sousa.


"Mais do que as intenções e as declarações é preciso conhecer os conteúdos dessa proposta de OE para 2019 que o governo vai fazer", disse o dirigente comunista, que deu como exemplo a necessidade de se darem passos adiante na melhoria do abono de família, no alargamento da gratuitidade dos manuais escolares para alunos do ensino secundário, valorização das pensões e reformas e o aumento do salário mínimo nacional.


Questionado sobre o facto de ter estado na Festa do Avante acompanhado por João Ferreira e, se isso poderia significar que o actual deputado ao Parlamento Europeu iria ser o cabeça de lista do PCP nas próximas eleições europeias, Jerónimo de Sousa disse que o PCP ainda não escolheu, mas deixou essa possibilidade em aberto.


"Nós ainda não decidimos e não posso emitir uma opinião individual pública. Mas, se ninguém nos ouvisse, eu diria que está aqui um excelente candidato", disse Jerónimo de Sousa.

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