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Incêndios: Ministro diz que verão de 2023 será "ainda mais exigente" do que o de 2022

José Luís Carneiro apelou para um "esforço coletivo", por parte da população, das autarquias locais e das entidades responsáveis pelo socorro e pelo combate aos incêndios, dando conta de que o Governo português tem estado a trabalhar na "frente europeia" e na "frente nacional", envolvendo vários ministérios e organismos.

CM
23 de Janeiro de 2023 às 18:33
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O ministro da Administração Interna disse hoje que 2023 será "ainda mais exigente" do que 2022 no combate aos incêndios florestais, sublinhando que dados europeus indicam que o "alto risco de incêndio" vai continuar a acentuar-se.

Em declarações a jornalistas, em Guimarães, distrito de Braga, antes de uma reunião com autarcas da região norte para debater a prevenção dos incêndios rurais e apresentar os fundos europeus disponíveis em matéria de Proteção Civil, José Luís Carneiro deu conta de que "o objetivo é mesmo o de, no outono e no inverno" preparar o verão.

"Como se sabe e como é hoje público, cada vez mais as condições meteorológicas, por força das alterações climáticas, far-se-ão sentir de uma forma muito intensa. E é muito importante que todos os atores, desde as autarquias de freguesia, municípios, comunidades intermunicipais, comissões de coordenação e desenvolvimento regional, possam trabalhar com as autoridades da administração central, preparando-nos para aquilo que será um verão, estamos convencidos disso à luz dos indicadores que temos, ainda mais exigente que o verão de 2022", declarou o ministro.

José Luís Carneiro disse que esta é a "tendência que se tem vindo a confirmar em toda a União Europeia", com base em dados fornecidos pela própria União Europeia.

"Quando há a conjugação de três fatores - temperaturas acima de 30 graus, humidade abaixo de 30% e ventos acima de 60 quilómetros horários - estamos em alto risco de incêndio. Este ano de 2022 tivemos temperaturas de 47 graus, humidades abaixo de 10% e ventos acima de 60 quilómetros horários. Ora, no quadro europeu, a expectativa é que este nível de risco continue a acentuar-se", salientou o ministro da Administração Interna.

José Luís Carneiro apelou para um "esforço coletivo", por parte da população, das autarquias locais e das entidades responsáveis pelo socorro e pelo combate aos incêndios, dando conta de que o Governo português tem estado a trabalhar na "frente europeia" e na "frente nacional", envolvendo vários ministérios e organismos.

O governante destacou ainda a importância deste tipo de encontros com autarcas, o primeiro de um conjunto de cinco que vão decorrer nos próximos tempos pelo país.

"Estas iniciativas são da maior importância. Sensibilizar, informar, esclarecer os cidadãos para aquilo que são os seus deveres, que devem ser cumpridos, atempadamente, de limpeza, nomeadamente das faixas de segurança, os tais 50 metros em torno do seu património, das suas habitações. Mas há também depois deveres das autarquias e que devem estar previstos em sede de planeamento dessas mesmas limpezas. E depois, encontrar formas também, de poder termos recursos para apoiar as autarquias nesses esforços de limpezas", sublinhou José Luís Carneiro.

O ministro da Administração Interna lembrou que todos têm os seus deveres no que à prevenção de incêndios florestais diz respeito. "Que todos os cidadãos se consciencializem de que há deveres que competem, por um lado, aos proprietários, há deveres que competem às autarquias de freguesia, aos municípios, nomeadamente, terem os planos municipais de defesa da floresta contra incêndios aprovados e atualizados, terem os planos de proteção civil aprovados e atualizados, para, todos em cooperação, podermos estar mais preparados para a época dos incêndios, que é uma época, em que, por vezes, sentimos muita incapacidade para fazer face a desafios tão complexos como são os desafios dos incêndios florestais", apelou José Luís Carneiro.

Este primeiro encontro em Guimarães juntou representantes de 66 autarquias da região norte, 37 dos quais presidentes e 29 vereadores.
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