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Henrique Granadeiro: “Eleições europeias trouxeram muitas preocupações e poucas soluções”

O presidente da PT, Henrique Granadeiro, considera que as eleições europeias baralharam o xadrez político. "Trouxeram muitas preocupações e poucas soluções", diz. Acredita ainda que a resposta europeia à crise "faliu".

26 de Maio de 2014 às 16:55
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O presidente da PT, Henrique Granadeiro, não viu nos resultados das eleições europeias um sinal positivo. Para o gestor, da noite de domingo sobram "muitas preocupações e poucas soluções".

 

À margem do Seminário Internacional, "Investir no Potencial Agrícola do Alqueva", que decorreu esta segunda-feira de manhã, no Museu do Oriente em Lisboa, Henrique Granadeiro identifica como primeira preocupação da noite eleitoral "o nível de abstenção que significa que só uma minoria de pessoas, na ordem dos 30%, é que se interessou pelo debate da questão europeia que é uma questão decisiva para nós".

 

O chairman da PT entende ainda não ser bom sinal que "o arco da governabilidade, constituído pelos partidos que estão disponíveis para governar, se tenha reduzido".  

 

Granadeiro afirma que a extrema-direita e a extrema-esquerda não estão interessados em governar, e o "Partido Comunista também não". "O crescimento que se verificou foi nesse sector, reduzindo o sector do arco da governabilidade", resume.

 

O gestor sublinha que "as eleições no conjunto demonstraram que há pouca esperança no sistema político". Houve uma falência do sistema? "É muito mau sinal, sobretudo porque é um sinal que já se vem acentuando

O nível de abstenção que significa que só uma minoria de pessoas, na ordem dos 30%, é que se interessou pelo debate da questão europeia que é uma questão decisiva para nós.
 

nas últimas eleições. Houve sempre um grau muito grande de abstenção nas europeias, muito maior do que nas outras eleições", sublinha.

 

Há, no entanto, um aspecto positivo que Granadeiro enfatiza: "Há um sintoma bom que é o dos partidos tradicionais se manterem no poder em alternância".

 

E Marinho e Pinto?

A grande surpresa das eleições europeias foi a ascenção do Movimento Partido da Terra, liderado pelo ex-bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho e Pinto que alcançou uma votação de 7,15%.  

 

Henrique Granadeiro desvaloriza:"Estes fenómenos são relativamente frequentes em democracia e duram o que duram". "Não acho que seja um problema preocupante", acrescenta. Por fim, até vê algo de positivo nesta novo fenómeno. "Às vezes são um factor de animação e de dinamização do sistema política", considera.

 

"Resposta da Europa à crise faliu"

A ascensão dos eurocépticos neste plebiscito não deixa o chairman da PT tranquilo. É um sinal vermelho para a política europeia? "Não, porque não houve ordem de expulsão para ninguém. Mas que há um cartão amarelo muito forte, há. Significa que a Europa tem tido uma resposta incapaz para a crise. A resposta que deu à crise que enfrentou foi decepcionante", lamenta.

 

Granadeiro considera ainda que "os cidadãos não se sentem identificados com a liderança europeia". "Ao nível da Europa começa a haver sinais

[Marinho e Pinto] Não acho que seja um problema preocupante... às vezes são um factor de animação e de dinamização do sistema política.
 

preocupantes de desagregação", adiciona.

 

O caso francês é exemplar, porque "é um país central na construção europeia". "A extrema-direita tem mais votos que o partido que está no Governo e bastantes mais votos ainda do que o segundo partido. Isto dá que pensar".

 

Por fim, remata: "Isto demonstra a falência da resposta da Europa à crise que vivemos nos últimos anos".

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