Notícia
Mais de meio milhão de pessoas ocupam as ruas de Barcelona. Tensão com polícia aumenta
Ao quinto dia de protestos violentos na Catalunha, cinco colunas de manifestantes deslocaram-se para Barcelona, em dia de greve geral. Voos foram cancelados, estradas cortadas e os serviços de transportes foram afetados. Violência com polícia aumenta.
Na Catalunha, a luta pelo independentismo ganhou outra força desde segunda-feira, altura em que os 12 dirigentes independentistas foram condenados pelo Supremo Tribunal de Espanha a até 13 anos de prisão. Hoje, uma greve geral impera na região e há milhares de manifestantes, organizados em cinco colunas diferentes, que marcharam em direção a Barcelona. São as chamadas "marchas da liberdade".
As cinco vagas de manifestantes já chegaram a Barcelona e ocuparam o centro da cidade. A polícia local, a Guàrdia Urbana Barcelona, confirmou a presença de mais de meio milhão de manifestantes no centro da cidade.
Elisenda Paluzie, presidente da Assembleia Nacional Catalã, abriu os discursos numa tribuna improvisada e começou por avisar Madrid: "Se não houver diálogo, preparem-se para uma declaração unilateral de independência".
Enquanto algumas caras conhecidas do movimento independentista discursavam, nas ruas paralelas ao local dos discursos, a violência entre os Mossos e os manifestantes vai aumentando de tom. Para além disso, também os unionistas espanhóis da Catalunha, começaram a arremessar pedras contra os independentistas, agudizando anda mais o clima de tensão vivido nas ruas que circundam o Passeig de Gràcia e a Via Laietana.
Agora, que os discursos terminaram, os manifestantes começaram a dispersar-se. Nos últimos quatro dias, o início da noite foi sinónimo de aumento de violência nas ruas.
A partir de Bruxelas, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez reagiu afirmando que "o direito à manifestação deve ser exercido de forma ordeira e pacífica. Não haverá espaço para impunidade", acrescentando que "a primeira coisa que o independentismo tem de fazer é reconhecer a outra parte da Catalunha".
A oposição pede a Sánchez para agir de forma mais concreta. Albert Rivera, líder do partido do Ciudadanos acusou o Governo de inércia, perante os acontecimentos: "Chama-se Executivo porque existe para executar decisões", atirou.
A prefeitura de Barcelona disse que as quatro noites anteriores de violência e distúrbios na capital catalã causaram um dano de 1,5 milhões de euros.
O ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska, na atualização da manhã disse que se registaram 16 feridos. Numa conferência de imprensa, adiantou ainda que os serviços mínimos nos transportes estavam a ser cumpridos. No aeroporto de Barcelona El Prat foram suspensos 57 voos dos 979 programados, e voaram 237 até às 11 horas de Lisboa (12 horas locais). No entanto, o membro do Governo de Pedro Sánchez garantiu que se vivia uma situação de normalidade na cidade.
Apesar da mais de meia centena de voos cancelados, as ligações entre os dois maiores aeroportos portugueses e a cidade catalã estão a decorrer com normalidade, segundo garantiu a ANA-Aeroportos de Portugal, através de uma nota publicada no seu site.
As "marchas da liberdade", como ficaram conhecidas, arrancaram de cinco pontos distintos da Catalunha - Girona, Vic, Berga, Tàrrega e Tarragona - em direção a Barcelona.
Miquel Buch, ministro do Interior da Generalitat, garantiu que as manifestações de hoje seriam "pacíficas" e pediu aos Mossos d'Esquarda para atuar, caso algum grupo violento afete o normal decorrer da greve geral.
"Quero dizer que nem o Ministério do Interior, nem o corpo de Mossos d'Esquadra toleram, nem vão tolerar, grupos violentos que afetam a convivência dos catalães e agridem as pessoas", adiantou.
O departamento do Trabalho catalão registou uma queda de cerca de 50% do número de trabalhadores em grande parte dos setores. Nas universidades (-43%) e no comércio (-60%) é onde imperam as maiores adesões à greve. Na função pública estão a aderir à greve 30,39% dos trabalhadores.
Na parte da manhã, as estradas de Barcelona estavam sem trânsito, como se "um domingo em agosto" se tratasse, escreveu o jornal espanhol El Periódico. Grande parte das lojas e dos restaurantes mantêm-se fechados. O Governo catalão decretou serviços mínimos também nos transportes de TMB (metro, autocarros e elétricos) que garantem 50% dos serviços nas horas de ponta e 25% no resto do dia. No entanto, alguns troços de autocarro foram interditos e algumas paragens de metro estão encerradas.
Os grandes hospitais públicos e privados de Barcelona e da área metropolitana garantem a normalidade do funcionamento, e os serviços mínimos garantem 100% nas urgências.
Hoje, Carles Puigdemont, antigo presidente da Generalitat da Catalunha, entregou-se de forma voluntária às autoridades belgas, depois de o Supremo Tribunal espanhol ter emitido novamente um novo mandado de detenção europeu. Entretanto, já foi ouvido por um juiz e ficará em liberdade com termo de identidade e residência, enquanto aguarda o desfecho do processo.
Numa afronta a Madrid e ao Governo de Pedro Sánchez, Quim Torra disse que iria "defender que, até ao final desta legislatura, se volte a exercer o direito de autodeterminação". Este é um novo desafio a Pedro Sánchez, líder do governo espanhol, e ao Tribunal Constitucional que partilhou um apelo para que não se promovesse a separação.
(Notícia atualizada às 17:54 com mais informação)
As cinco vagas de manifestantes já chegaram a Barcelona e ocuparam o centro da cidade. A polícia local, a Guàrdia Urbana Barcelona, confirmou a presença de mais de meio milhão de manifestantes no centro da cidade.
Barcelona. pic.twitter.com/Q1FETKNr33
— Catalans for Yes (@CatalansForYes) October 18, 2019
Elisenda Paluzie, presidente da Assembleia Nacional Catalã, abriu os discursos numa tribuna improvisada e começou por avisar Madrid: "Se não houver diálogo, preparem-se para uma declaração unilateral de independência".
Enquanto algumas caras conhecidas do movimento independentista discursavam, nas ruas paralelas ao local dos discursos, a violência entre os Mossos e os manifestantes vai aumentando de tom. Para além disso, também os unionistas espanhóis da Catalunha, começaram a arremessar pedras contra os independentistas, agudizando anda mais o clima de tensão vivido nas ruas que circundam o Passeig de Gràcia e a Via Laietana.
Agora, que os discursos terminaram, os manifestantes começaram a dispersar-se. Nos últimos quatro dias, o início da noite foi sinónimo de aumento de violência nas ruas.
DIRECTO | Mientras que en todo el paseo de Gràcia las protestas son pacíficas, en otro punto, en Via Laietana se producen momentos de tensión entre manifestantes y policía https://t.co/y48Bqd8dTm pic.twitter.com/gY3vcHJtZr
— EL PAÍS (@el_pais) October 18, 2019
A partir de Bruxelas, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez reagiu afirmando que "o direito à manifestação deve ser exercido de forma ordeira e pacífica. Não haverá espaço para impunidade", acrescentando que "a primeira coisa que o independentismo tem de fazer é reconhecer a outra parte da Catalunha".
A oposição pede a Sánchez para agir de forma mais concreta. Albert Rivera, líder do partido do Ciudadanos acusou o Governo de inércia, perante os acontecimentos: "Chama-se Executivo porque existe para executar decisões", atirou.
A prefeitura de Barcelona disse que as quatro noites anteriores de violência e distúrbios na capital catalã causaram um dano de 1,5 milhões de euros.
O ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlaska, na atualização da manhã disse que se registaram 16 feridos. Numa conferência de imprensa, adiantou ainda que os serviços mínimos nos transportes estavam a ser cumpridos. No aeroporto de Barcelona El Prat foram suspensos 57 voos dos 979 programados, e voaram 237 até às 11 horas de Lisboa (12 horas locais). No entanto, o membro do Governo de Pedro Sánchez garantiu que se vivia uma situação de normalidade na cidade.
Apesar da mais de meia centena de voos cancelados, as ligações entre os dois maiores aeroportos portugueses e a cidade catalã estão a decorrer com normalidade, segundo garantiu a ANA-Aeroportos de Portugal, através de uma nota publicada no seu site.
As "marchas da liberdade", como ficaram conhecidas, arrancaram de cinco pontos distintos da Catalunha - Girona, Vic, Berga, Tàrrega e Tarragona - em direção a Barcelona.
Miquel Buch, ministro do Interior da Generalitat, garantiu que as manifestações de hoje seriam "pacíficas" e pediu aos Mossos d'Esquarda para atuar, caso algum grupo violento afete o normal decorrer da greve geral.
"Quero dizer que nem o Ministério do Interior, nem o corpo de Mossos d'Esquadra toleram, nem vão tolerar, grupos violentos que afetam a convivência dos catalães e agridem as pessoas", adiantou.
O departamento do Trabalho catalão registou uma queda de cerca de 50% do número de trabalhadores em grande parte dos setores. Nas universidades (-43%) e no comércio (-60%) é onde imperam as maiores adesões à greve. Na função pública estão a aderir à greve 30,39% dos trabalhadores.
Na parte da manhã, as estradas de Barcelona estavam sem trânsito, como se "um domingo em agosto" se tratasse, escreveu o jornal espanhol El Periódico. Grande parte das lojas e dos restaurantes mantêm-se fechados. O Governo catalão decretou serviços mínimos também nos transportes de TMB (metro, autocarros e elétricos) que garantem 50% dos serviços nas horas de ponta e 25% no resto do dia. No entanto, alguns troços de autocarro foram interditos e algumas paragens de metro estão encerradas.
Os grandes hospitais públicos e privados de Barcelona e da área metropolitana garantem a normalidade do funcionamento, e os serviços mínimos garantem 100% nas urgências.
Hoje, Carles Puigdemont, antigo presidente da Generalitat da Catalunha, entregou-se de forma voluntária às autoridades belgas, depois de o Supremo Tribunal espanhol ter emitido novamente um novo mandado de detenção europeu. Entretanto, já foi ouvido por um juiz e ficará em liberdade com termo de identidade e residência, enquanto aguarda o desfecho do processo.
Os manifestantes, pró-independência, confrontam Madrid com a condenação dos dirigentes independentistas e têm o apoio de Quim Torra, líder da Generalitat, que ontem mostrou-se empenhado num novo referendo, em declarações no parlamento.
Numa afronta a Madrid e ao Governo de Pedro Sánchez, Quim Torra disse que iria "defender que, até ao final desta legislatura, se volte a exercer o direito de autodeterminação". Este é um novo desafio a Pedro Sánchez, líder do governo espanhol, e ao Tribunal Constitucional que partilhou um apelo para que não se promovesse a separação.
(Notícia atualizada às 17:54 com mais informação)