Indicadores de conjuntura

"A produção industrial cresce sustentadamente; as vendas de automóveis estão em recuperação."

Recuperações frágeis e muitos recentes

Os dois indicadores citados estão a recuperar, mas de forma débil. A produção industrial cresceu em Abril e Maio (2,4% e 4,4%), mas depois de 25 trimestres consecutivos de queda. Quanto às vendas de ligeiros de passageiros cresceram 2,9% no primeiro semestre de 2013, mas todos as outras categorias estão ainda a cair. Além disso, ainda não é uma recuperação face a 2012 (o pior ano desde 1985).

"Níveis de confiança de portugueses e empresários estão a aumentar sucessivamente."

Verdadeira, mas investimento e consumo continuarão em queda

De facto, o indicador de confiança dos consumidores e de clima económico, embora ainda negativos, estão em recuperação desde o início do ano, depois de terem sido atingidos mínimos históricos. No entanto, os empresários portugueses continuam a esperar uma queda do investimento para 2013 (-2,1%) e o consumo privado deverá continuar a contrair em 2013 e em 2014.

"As exportações crescem com consistência [...] e os excedentes externos acumulam-se."

Exportações crescem, mas geraram apreensão

Abril e Maio deram alento ao Governo com crescimentos sólidos das exportações, que as empurraram para um avanço de 4,1% em 2013. Contudo, os sete meses anteriores trouxeram apreensão, com uma evolução negativa das vendas ao exterior.

Em relação aos excedentes, as previsões apontam para dois saldos positivos da balança corrente e de capital em 2013 e 2014 (4,5% e 6,4%, respectivamente).

"É cada vez mais provável que no 2º trimestre tenhamos registado crescimento económico"

Católica antecipa crescimento no 2º trimestre, mas recessão no ano

O primeiro-ministro deverá estar a referir-se à previsão da Universidade Católica, que apontou para um crescimento em cadeia do PIB no segundo trimestre (0,6%). No entanto, a mesma fonte continua a antecipar uma contracção homóloga da economia de 2,4% para a totalidade do ano (mais profunda até que as previsões do Governo e troika). Para 2014, o BdP antecipa uma estagnação (0,3%).

Rendas excessivas

"No sector energético as poupanças atingem 2.100 milhões de euros."

Cortes na energia estão feitos mas não serão sentidos na factura

As poupanças referidas por Passos Coelho estão em linha com o anunciado no início do ano pelo Governo: os cortes dos custos de produção de electricidade renderão poupanças de 2.080 milhões de euros. Mas essa verba refere-se a custos futuros evitados, cujo corte não será sentido pelo consumidor na factura de electricidade, já que apenas atenuará os aumentos necessários para pagar a dívida tarifária.

"Nas PPP (...) conseguimos poupanças acumuladas de 5.200 milhões de euros."

Renegociações para cortar nas PPP na fase final 

Com os acordos conseguidos no ano passado nas sete subconcessões, com cortes no investimento previsto e nas despesas operacionais, o Executivo assegurou uma poupança de 2.700 milhões de euros até ao final dos contratos. Já com as concessionárias das ex-Scut, este ano, a redução de encargos globais é de 2.500 milhões. Para concluir o processo falta só o acordo com a Euroscut.

Legenda:

Verdadeiro

Parcialmente verdadeiro