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EUA rejeitam propostas para desbloquear NAFTA. Mas nada está perdido
O negociador comercial dos Estados Unidos rejeitou as propostas do Canadá para desbloquear as conversações sobre a modernização do NAFTA, mas comprometeu-se a continuar à mesa das negociações.
E à sexta… não foi de vez. Os negociadores do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA – que junta os EUA, Canadá e México) – concluíram esta segunda-feira em Montreal a sexta ronda de conversações sobre este tratado com 23 anos, mas sem progressos.
Na quarta ronda, as conversações azedaram devido ao facto de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter dito que o NAFTA é "o pior tratado na história dos Estados Unidos". Na quinta ronda, em Novembro passado, não houve avanços. E neste sexto encontro o mesmo aconteceu, se bem que nada esteja perdido.
O representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, rejeitou as propostas do Canadá para desbloquear as conversações sobre a modernização do NAFTA, mas comprometeu-se a continuar à mesa das negociações, "dissipando receios de uma retirada potencialmente iminente dos EUA deste pacto trilateral", sublinha a Reuters.
Trump tem classificado o NAFTA como um desastre, pelo facto de, no seu entender, ter "drenado empregos da produção industrial para o México". Por isso, o presidente tem ameaçado frequentemente sair deste bloco comercial, a menos que se renegoceie a "devolução" de postos de trabalho aos EUA.
Quando tomou posse, a 20 de Janeiro do ano passado, Trump recordou que durante a sua campanha para as eleições presidenciais sempre defendeu medidas proteccionistas e insistiu que iria retirar os EUA dos acordos comerciais multilaterais já assinados ou em negociação. Um deles era a Parceria TransPacífico (TPP) e o outro o Acordo de Comércio Livre da América do Norte (NAFTA). Prometeu "rasgar" ambos e cumpriu o que disse em relação à TPP.
Depois de vários anos de negociações, o acordo de associação comercial TPP foi assinado em 2015 por 12 países que abarcam 40% da economia mundial - Estados Unidos, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura e Vietname -, tendo Barack Obama sido um dos seus grandes impulsionadores.
No entanto, a Parceria TransPacífico não tinha ainda sido ratificada pelo Congresso norte-americano - precisamente devido à oposição dos republicanos – aquando da investidura de Trump e o novo presidente norte-americano retirou-se deste tratado.
Agora, em Davos, houve desenvolvimentos no que respeita à TPP. Donald Trump colocou a possibilidade de regressar ao acordo se houver "melhorias substanciais" nos seus termos. As declarações de Trump à CNBC no Fórum Económico Mundial, na semana passada, ocorreram numa altura em que os restantes membros deste acordo comercial garantiram que manterão este pacto mesmo sem os EUA.
A TPP aborda, entre outras, questões como o intercâmbio de bens e serviços, procedimentos aduaneiros, medidas fitossanitárias e sanitárias, barreiras técnicas e comércio electrónico.