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Espião português deverá ter cúmplices nas secretas

Os investigadores suspeitam que Carvalhão Gil contou com a ajuda de outros espiões para aceder à informação ultra-confidencial que vendeu aos russos. No momento da sua detenção, estava a receber 10 mil euros do espião russo, com quem se encontrou em Roma, contam os jornais.

Negócios 25 de Maio de 2016 às 08:57
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Frederico Carvalhão Gil, o espião português apanhado a vender segredos militares aos russos em Roma, deverá ter contado com a colaboração de outros agentes das secretas para aceder a informação classificada e que lhe era inacessível. Esta é a convicção das autoridades que investigam o caso, embora não seja ainda claro se os outros agentes agiram com conhecimento de causa.

 

Segundo as edições desta quarta-feira do Correio da Manhã e do Diário de Notícias, ambos com reconstituições do caso que levou à detecção do espião português em Trastevere, o turístico bairro romano nas margens do Tibere, Carvalhão Gil já estava a ser investigado há cerca de um ano e, desde essa altura que não podia ter acesso a documentos com uma classificação acima de "confidencial".

Para contornar a restrição, recorreria a outros colegas com melhores autorizações de acesso, embora as autoridades ainda não tenham esclarecido em que termos é que a documentação era passada.

 

Segundo o Diário de Notícias, Fernando Carvalhão Gil mudou várias vezes de hotel em Roma para despistar as autoridades e passeou erraticamente pela cidade antes de se ter dirigido ao ponto de encontro com o seu contacto russo. Durante todo o tempo, porém, já estava a ser vigiado pela polícia italiana, a pedido das autoridades nacionais.

 

Quando o agente português se aproximou do local de encontro que a polícia teve de usar uma manobra de contra-vigilância, por recear que o local pudesse estar a ser guardado por espiões russo, que dariam cobertura ao seu homem.

 

No acto da detenção, conta por seu turno o Correio da Manhã, Carvalhão Gil estaria a receber 10 mil euros do espião russo com quem estava a almoçar, em troca da entrega de documentos sensíveis da Nato.

 

A suspeita é que o espião português vendesse segredos aos russos duas a três vezes por ano, a 10 mil euros cada um.

 

Segundo os jornais, a investigação ainda está a tentar perceber a extensão da informação que foi entregue, o que também está a ser acompanhado pelas autoridades internacionais, e as implicações deste caso nas relações entre Portugal e a Rússia. 

O espião português foi preso ao abrigo de um mandado de detenção internaciona e deverá chegar a Portugal nas próximas semanas, segundo o Correio da Manhã, que adianta ainda que, por estarem em causa segredos de Estado, o segredo de justiça deste caso poderá nunca ser levantado. Só a sentença poderá vir a ser pública. 

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