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Erdoğan poderá liderar a Turquia até 2029
O Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP) pretende levar a cabo uma emenda constitucional para garantir Recep Tayyip Erdogan na liderança por mais 13 anos.
O AKP, apoiado pelos nacionalistas, está em vias de avançar com uma alteração constitucional no sentido de transformar a Turquia uma república liderada pelo presidente e permitir que Erdogan (na foto) se mantenha no seu cargo até 2029, avançou o The Guardian.
O actual presidente concorrerá a um segundo mandato em 2019 e a partir de então poderá governar até 2024, caso vença.
Devlet Bahçeli, líder do bloco nacionalista no parlamento turco, afirmou na passada terça-feira, 22 de Novembro, que a proposta é razoável.
Erdogan levará a cabo um referendo nacional nos próximos meses. Vários órgãos de comunicação receberam informações sobre a emenda constitucional que apontam para que o presidente se mantenha em funções até 2029.
A proposta prevê também a abolição do cargo de primeiro-ministro e a criação de dois cargos de vice-presidente. O líder passaria também a ter um maior poder para activar as políticas executivas. Ao contrário do que actualmente acontece na Turquia, as alterações prevêem que o presidente mantenha ligações ao seu partido político após assumir o seu cargo.
De acordo com responsáveis do governo turco, a mudança de sistema para uma liderança presidencial poderá colocar um ponto final na fragilidade que os governos de coligação têm tido no país.
A oposição vê esta decisão como uma forma de consolidar o poder de Erdogan, que poderá vir a governar com um maior autoritarismo. Na semana passada, um deputado do Partido Popular Republicano (CHP) afirmou que a emenda constitucional levaria a uma governação autoritária. Também Partido Popular Democrático (HDP), pró-curdo, se opõe a esta proposta.
Na semana passada, o governo reprimiu os meios de comunicação da oposição e prendeu membros curdos do parlamento, acusados de propagandear grupos terroristas.
As tensões na Turquia têm merecido a atenção dos parceiros ocidentais. Na terça-feira, líderes do Parlamento Europeu apelaram ao corte de conversações com o país. Manfred Weber, líder do Partido Popular Europeu, pediu que sejam "imediatamente congeladas" as actuais conversações. Weber teve também o apoio de Gianni Pittella, líder do grupo socialista no PE.