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Documento de apoio a Rio pedido às distritais apresentado 6.ª feira sem PSD-Lisboa

O PSD apresentará na sexta-feira em Santarém um documento de apoio ao presidente Rui Rio, para o qual foi pedida a assinatura dos líderes das distritais, mas que não contará com a estrutura de Lisboa.

# Porque Entra - Rui Rio surge pela primeira vez no 'top 50' dos poderosos da economia portuguesa depois de avançar com a candidatura à presidência do PSD e vencer as eleições directas, em Janeiro deste ano, contra Pedro Santana Lopes, com 54% dos votos. No primeiro meio ano no cargo já fez acordos latos com o Governo em matérias como a descentralização e os fundos comunitários, e 'deu a mão' ao PS na aprovação parlamentar das alterações à legislação laboral e da Lei das Finanças Locais.
Miguel Baltazar
20 de Setembro de 2018 às 19:40
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Fontes contactadas pela Lusa confirmaram que, apesar de vários presidentes de distritais sociais-democratas terem expressado dúvidas quanto à forma e conteúdo do texto, ele será assinado por todos, à excepção do PSD-Lisboa. Fontes desta estrutura justificaram que, até ao final da tarde de hoje, não tinham recebido formalmente qualquer documento.

 

O texto, que foi noticiado hoje à tarde pelo Público e Observador e a que a Lusa teve acesso, foi enviado na quarta-feira pelo vice-presidente do PSD Salvador Malheiro aos presidentes das distritais como proposta de comunicado, e começa por apelar à serenidade e sentido de responsabilidade dos militantes, defendendo que todos têm de contribuir para que a "unicidade da mensagem" não seja deteriorada perante a opinião pública.

 

Recordando que o PSD elegeu os seus novos órgãos há pouco mais de seis meses, na proposta de comunicado defende-se a estabilidade e o "respeito que todos devem guardar aos militantes" que elegeram Rui Rio como presidente em Janeiro deste ano.

 

No texto, diz-se não ser aceitável nem compreensível "o ambiente de permanente instabilidade" para com a direcção nacional e o seu presidente e o que se classifica de "constantes tentativas de deturpação das suas mensagens políticas" por parte de militantes do partido, considerando que tal prejudica os objectivos eleitorais do PSD e beneficia os seus adversários políticos.

 

"Quem age desta forma não quer que o PSD vença as eleições legislativas, na medida em que tudo está a fazer para prejudicar esse objectivo", refere-se.

 

No texto, diz-se defender a diversidade de opiniões e a liberdade de expressão, mas condenam-se climas de "guerrilha permanente" e "agendas pessoais" que ponham em causa o interesse do PSD.

 

No último dos pontos da proposta de comunicado a que a Lusa teve acesso, defende-se que Rui Rio "deve continuar a pautar a sua actuação por mensagens claras e corajosas, por uma intervenção política séria e credível, que privilegie sempre Portugal", para o qual contará com a "solidariedade e empenhamento" das distritais.

 

Viseu irá assinar o documento em nome da "solidariedade para com a direcção nacional e as restantes distritais", tal como Setúbal, apesar de o presidente desta distrital, Bruno Vitorino, ter afirmado à Lusa que o texto "não era necessário" - até porque nenhuma estrutura contestou o líder - e que seria preferível o partido falar "sobre os problemas concretos das pessoas".

 

Fontes da distrital de Santarém - presidida desde maio por João Moura - confirmaram à Lusa que foi pedido pela direcção que tivesse lugar neste distrito a apresentação de um documento de apoio ao líder, com a qual concordaram.

 

A Lusa contactou o vice-presidente do PSD Salvador Malheiro para se pronunciar sobre esta matéria, até agora sem sucesso.

 

Este pedido de apoio das distritais à estratégia da direcção surge depois de um Conselho Nacional com várias intervenções críticas, entre as quais as do antigo líder parlamentar Hugo Soares, e numa altura em que o ex-candidato do partido à Câmara de Loures, André Ventura, disse estar preparado para recolher "em menos de uma semana" as 2.500 assinaturas necessárias à convocação de um congresso extraordinário.

 

O próximo Congresso ordinário deverá realizar-se em Fevereiro de 2020 e para se reunir extraordinariamente terá de ser convocado a pedido de 2.500 militantes.

 

Uma vez que o presidente do PSD é eleito directamente pelos seus militantes, um Congresso extraordinário não tem poderes electivos, mas poderá ser palco de apresentação de moções de censura ou confiança à Comissão Política Nacional.

 

"A aprovação de uma moção de censura exige o voto favorável da maioria absoluta dos membros presentes da assembleia competente, desde que o número destes seja superior à maioria absoluta dos membros em funções, e implica a demissão da Comissão Política", referem as normas do PSD.

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