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Dilma cada vez mais isolada, Marina e Aécio com empate técnico
O antigo presidente Fernando Henrique Cardoso defende que Marina Silva e Aécio Neves, candidato pelo seu partido, devem aliar-se na segunda volta para derrotar a presidente brasileira.
Dilma Rousseff parece ter assegurada a passagem à segunda volta das presidenciais brasileiras. Mas poderá ir acompanhada por Aécio Neves, e não por Marina Silva que até recentemente era apontada como favorita à vitória.
A presidente conta agora com 40% das intenções de voto na primeira volta contra os 24% de Marina Silva e os 21% de Aécio Neves. Os dados são da sondagem realizada pelo Instituto Datafolha.
Apesar da diferença percentual entre estes dois candidatos, a sondagem tem uma margem de erro de dois pontos, colocando-os num empate técnico. Na anterior sondagem estavam separados por cinco pontos.
A candidata pelo Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula da Silva dilatou a sua vantagem sobre Marina Silva. Na sondagem anterior, realizada esta semana, Dilma batia a candidata do Partido Socialista Brasileiro (PSB) por 15 pontos, subindo agora mais um ponto.
Olhando para a segunda volta, Dilma levaria a melhor sobre os outros dois principais candidatos. Contra Marina Silva, a presidente ganha por 48% contra 41%; face a Aécio Neves, Dilma obtém 48% contra 41%.
Analisando a sondagem do Ibope, Dilma qualifica-se para a próxima volta com 40% das intenções de voto, com Marina a obter 24% e Aécio surge a cinco pontos de diferença com 19%.
Na segunda volta, Dilma obtém 43% face aos 36% de Marina. Contra Aécio, a presidente alcança 46% contra 33%.
Marina e Aécio devem aliar-se na segunda volta
Para o antigo presidente Fernando Henrique Cardoso, existe a possibilidade real de Aécio Neves passar à segunda volta, em detrimento de Marina Silva.
Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, FHC (como é conhecido pelos brasileiros) acredita que existe a "possibilidade real de Aécio ir para o segundo turno". Aécio Neves é candidato pelo partido de Henrique Cardoso, o Partido Social Democrata Brasileiro (PSDB).
O ex-presidente considera que houve uma "campanha desleal que foi feita pelo PT em cima da Marina que, de alguma maneira, a afectou. E o Aécio teve a virtude de se manter com muita energia, nos piores momentos".
Sobre o fenómeno Marina Silva, que subiu acentuadamente nas sondagens quando começou a corrida eleitoral, apontou que a candidata perdeu fôlego, mas ainda é cedo para a colocar fora da corrida porque é necessário "ser prudente como esse movimento de opinião pública, porque ele muda muito rapidamente".
"Quando começou [a onda Marina], eu disse: precisa avaliar se isso é vento, ventania ou tufão. Se for um tufão, acabou. Se for ventania, pode ser que vire vento. Neste momento, é ventania com cara de vento", afirmou.
Fernando Henrique Cardoso considera que é importante ao candidato que ficar de fora dar o seu apoio ao que passou para derrotar Dilma Rousseff.
"Se houver segundo turno, e acho que vai haver, necessariamente os que estão na oposição terão de apoiar uns aos outros. E quem mais necessitaria seria Marina, para mostrar que tem capacidade de, juntando-se aos outros, governar", disse.