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Deputados chumbam abolição das touradas

Proposta do PAN rejeitada no Parlamento.

Negócios 06 de Julho de 2018 às 14:31
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A abolição das touradas proposta pelo PAN ficou-se pela discussão na generalidade, com rejeição garantida da maioria do parlamento, que argumentou contra a imposição de uma vontade a parte significativa dos portugueses.

O deputado do PAN, André Silva, afirmou que nenhum partido que se diz progressista e defenda que deve continuar a haver touradas pode dizer que "apanhou o comboio do progresso", afirmando que para a maioria do parlamento, os "falaciosos interesses económicos" por trás da tauromaquia valem mais do que padrões éticos.


A mesma Assembleia da República que aprova legislação a condenar a violência sobre os animais admite que esta aconteça, desde que no contexto das corridas de touros, apontou.

Votaram contra a iniciativa legislativa apresentada e defendida em plenário pelo deputado André Silva, do PAN, a bancada do PSD, a maioria dos deputados socialistas, o CDS-PP e o PCP.

Contrariando o sentido de voto da maioria da bancada do PS, oito deputados socialistas estiveram ao lado do diploma do PAN: Pedro Delgado Alves, Rosa Albernaz, Ana Passos, Luís Graça, Diogo Leão, Hugo Carvalho, Tiago Barbosa Ribeiro e Carla Sousa.

Também o deputado social-democrata Cristóvão Norte se juntou, com o voto favorável, ao diploma pela abolição das corridas de touros em Portugal.

Optaram pela abstenção o deputado social-democrata Matos Correia, Carlos Matias do Bloco de Esquerda e 12 deputados socialistas, entre eles Paulo Trigo Pereira, Alexandre Quintanilha, Ivan Gonçalves, Sónia Fertuzinhos, Luís Soares, Porfírio Silva, Filipe Neto Brandão, Elza Pais, João Torres, Carla Tavares e André Pinotes Batista.

Numa declaração de voto distribuída aos jornalistas, os deputados independentes do PS Alexandre Quintanilha e Paulo Trigo Pereira defenderam que "ser coerente com a abolição imediata das touradas exigiria defender para os portugueses a obrigatoriedade do vegetarianismo, pois qualquer alimentação de base animal associa-se a maus tratos a animais".

"Consideramos que é possível conciliar um valor inestimável (a não crueldade aos animais) com a manutenção de valores culturais associados às touradas, restringindo-as às práticas em que existe relação de igualdade entre toureiros/forcados e touro (caso da pegas de caras e toureio a pé) e em que se assegura o bem-estar animal. Este é o caminho do processo civilizacional que pode ser percorrido para conciliar a manutenção de um património cultural com o bem-estar animal, sem o qual as touradas devem ser abolidas no futuro", acrescenta-se na mesma declaração de voto.

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