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Cristas deixa liderança com CDS em risco de voltar a ser "partido do táxi"
Assunção Cristas é a primeira "baixa" resultante das legislativas deste domingo. Mau resultado do CDS apontado pelas projeções à boca das urnas dita afastamento de Cristas da liderança centrista. A ainda presidente vai pedir a realização de um congresso extraordinário, no qual não se recandidatará à liderança.
Assunção Cristas anunciou a saída da liderança do CDS. Numa breve declaração em reação às projeções à boca das urnas, que apontam para um mau resultado dos centristas, que poderá mesmo registar o pior "score" em legislativas, a ainda presidente do CDS disse que vai pedir ao Conselho Nacional do partido que convoque um congresso extraordinário, no qual, adiantou, não se recandidatará.
Cristas começou por assumir o resultado e sublinhar ter dado o seu "melhor" nos cerca de quatro anos que passou à frente dos destinos do CDS para depois revelar que vai requerer a marcação de um congresso antecipado para eleger uma nova liderança para o partido.
A líder cessante do partido, que não esclareceu qual o seu futuro político, em concreto se se manterá, ou não, como deputada durante a próxima legislatura, aproveitou a breve declaração para desejar "sucesso" ao primeiro-ministro na condução dos destinos do país.
De acordo com as projeções, o CDS arrisca perder cerca de um terço do atual grupo parlamentar, que é composto por 18 deputados, obter um resultado abaixo do desaire já registado nas europeias (6,19%) e ficar-se mesmo pelo pior resultado de sempre em legislativas.
Em declarações à RTP, o eurodeputado Nuno Melo, visto como um dos potenciais candidatos à sucessão de Cristas, rejeitou fazer qualquer declaração que possa configura "especulação a propósito dessa sucessão", preferindo destacar a "dignidade" com que a ainda presidente do CDS "tomou esta atitude" de sair pelo próprio pé na sequência do segundo desaire eleitoral consecutivo.