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Cristas: Governo é "incapaz de encontrar soluções" e só pensa nas eleições

Para a líder centrista, "até a base de apoio parlamentar, que tem assegurado a sobrevivência deste executivo começa, indisfarçavelmente, a abanar"

15 de Fevereiro de 2019 às 16:53
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A presidente do CDS justificou hoje a moção de censura do seu partido ao Governo com "o esgotamento" do executivo, "incapaz de encontrar soluções" para o país e de só estar a pensar "nas próximas eleições".

 

"Se este Governo e os partidos que o suportam já só pensam nas próximas eleições, então Portugal não pode ficar à espera", afirmou Assunção Cristas numa conferência de imprensa, na sede nacional do partido, em Lisboa.

 

Para a líder centrista, "até a base de apoio parlamentar, que tem assegurado a sobrevivência deste executivo começa, indisfarçavelmente, a abanar", numa referência ao PCP, BE e PEV, que "uns dias apoiam" e "outros dias criticam o executivo".

Este é um "momento de clarificação para todas as forças partidárias", como PCP, BE e PEV, que apoiam o executivo, mas também para o PSD, admitindo que o CDS não tem medo de "ficar sozinho" no momento da votação da moção porque "tem liderado a oposição ao governo das esquerda unidas".

E quanto às expetativas do voto do PSD, partido que apoiou a moção centrista apresentada em 2017, pouco disse, a não ser que "cada um fará a sua análise".

Assunção Cristas garantiu ainda que informou previamente o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, antes de anunciar a apresentação da moção de censura.

"Dei nota ao Presidente da República desta iniciativa", afirmou, sem adiantar mais do que falou com o chefe do Estado, que tem defendido o princípio da estabilidade, e a quem, há uma semana, pediu que interviesse e mediasse o conflito entre o Governo e os enfermeiros em greve. 

PCP não se mete em "encenação" do CDS

 

O líder parlamentar comunista, João Oliveira, anunciou hoje que o PCP votará contra a moção de censura apresentada pelo CDS-PP, considerando que a iniciativa é "uma encenação" motivada pela disputa do espaço político à direita.

 

"Trata-se de uma encenação do CDS motivada pela disputa do espaço político com o PSD e à direita e naturalmente o PCP não se vai envolver", disse João Oliveira, em declarações aos jornalistas, no parlamento.

 

O líder da bancada do PCP destacou que a moção de censura do CDS-PP é apresentada "a poucos meses das eleições para a Assembleia da República, que já estão marcadas", considerando que a iniciativa "não pode ser levada a sério".

 

"O PCP naturalmente votará contra essa moção de censura", anunciou.

 

O deputado sustentou que as opções do Governo e do PS que são merecedoras de crítica e de censura são "as opções de convergência com o PSD e o CDS".

 

Contudo, defendeu, "não é para isso que se destina" a moção de censura do CDS-PP.

 

BE acusa CDS de utilizar moção de censura para campanha eleitoral

 

O líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, acusou hoje o CDS-PP de utilizar a moção de censura "para campanha eleitoral" e anunciou que os bloquistas vão votar contra.

 

"Esta moção de censura tem mais a ver com o estado da direita e a disputa eleitoral dentro desse estado da direita, do que com a realidade concreta do país", disse Pedro Filipe Soares.

 

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, em Lisboa, o líder da bancada parlamentar do BE salientou que, "em ano eleitoral, com medo dos opositores partidários que disputam o mesmo espaço eleitoral, o CDS-PP utiliza a moção de censura para campanha eleitoral".

 

Por isso, o BE não concorda com a moção de censura justificada pela presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, com "o esgotamento" do executivo, "incapaz de encontrar soluções" para o país, que acusa de só pensar "nas próximas eleições".

 

"Sem qualquer tipo de novidade, votaremos contra esta moção de censura", afirmou Pedro Filipe Soares.

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