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Costa: Presidente da República e Governo não mandam recados pelos jornais
O primeiro-ministro recusou hoje que o Presidente da República lhe tenha enviado o recado de que não se recandidata caso de repita a tragédia dos incêndios, contrapondo que os órgãos de soberania não dialogam pelos jornais.
"O senhor Presidente da República não manda recados ao Governo pelos jornais, dialoga directamente com o Governo", respondeu António Costa, depois de interrogado pelos jornalistas sobre a forma como tinha recebido o aviso deixado por Marcelo Rebelo de Sousa em entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença, segundo o qual não se recandidatará ao cargo de Presidente da República caso de repitam as tragédias dos incêndios do verão de 2017.
António Costa falava aos jornalistas após ter presidido à sessão de apresentação do simulador de pensões da Segurança Social, cerimónia que se realizou em Porto Salvo, concelho de Oeiras.
Ainda em relação a essas declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, o líder do executivo começou por afastar o cenário de repetição de tragédias com incêndios florestais este ano ou nos próximos.
"O senhor Presidente da República já disse que é um cenário que nem sequer se põe. O que temos de fazer é trabalhar para que nenhuma tragédia dessas volte a ocorrer", alegou António Costa.
O primeiro-ministro frisou depois ter "a certeza" de que o chefe de Estado não lhe enviou qualquer recado na entrevista que concedeu ao jornal Público e à Rádio Renascença, "porque a relação entre o Governo e o Presidente da República desenvolve-se num diálogo normal".
"E todas as matérias que o Governo tem transmitido ao senhor Presidente da República faço eu diariamente, ou, pelo menos, semanalmente. E a inversa também é verdadeira. Como é normal num país que funciona civilizadamente, os órgãos de soberania relacionam-se com toda a normalidade", acentuou António Costa.
Por isso, para António Costa, "não é hábito dos órgãos de soberania, em particular nas relações entre Governo e Presidente da República, fazerem-se através da comunicação social".
"E continuarão a não fazer", acrescentou o primeiro-ministro.