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Costa admite que Cavaco Silva esteja “um pouco azedo” após derrotas no PSD e no país

O primeiro-ministro admitiu esta quarta-feira que o ex-Presidente da República Cavaco Silva esteja um pouco azedo após ter perdido eleições tanto no PSD como no país e contrapôs que o crescimento é em média superior com governos socialistas.

André Kosters / Lusa
20 de Abril de 2022 às 20:48
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Estas posições foram assumidas por António Costa numa entrevista promovida pelo Clube de Jornalistas, em parceria com a agência Lusa e com a Escola Superior de Comunicação Social, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e dos 40 anos do clube.

Na parte final da entrevista, António Costa foi confrontado com o artigo de Cavaco Silva, publicado no jornal Público, em que o atual primeiro-ministro é criticado por ter falta de coragem.


"Ninguém é bom juiz em causa própria e alguns não são bons juízes em causa alheia", começou por reagir o líder do executivo.


O artigo de Cavaco Silva, segundo o primeiro-ministro, "não tem grandes novidades relativamente àquilo que se sabe que é o pensamento dele".


Para António Costa, é mesmo "um artigo talvez um bocadinho mais azedo do que é habitual". "Mas é preciso ser justo e perceber que quem acabou de ter uma derrota no PSD e outra derrota no país é capaz de estar um pouco azedo", comentou.


A divergência fundamental, na perspetiva de António Costa, reside em torno daquilo "que o professor Cavaco Silva entende o que são as reformas necessárias para o país" e as reformas que ele, secretário-geral do PS, entende necessárias.


"Cavaco Silva, como a direita habitualmente, entende que as grandes reformas são o choque fiscal e a desregulação do mercado de trabalho. Eu entendo que o grande investimento que temos de fazer para melhorar a produtividade das empresas e a competitividade do país é investir nas qualificações e na inovação", contrapôs.


Mas António Costa foi ainda mais longe nas suas críticas.


"Tivesse Cavaco Silva aplicado a minha ideia enquanto governou e o Produto Interno Bruto do país seria francamente diferente. Para já, eu respeito a opinião dele e ele seguramente respeita a minha. Por isso, há democracia", sustentou.


A ideia fundamental de Cavaco Silva, de acordo com António Costa, é que com os governos socialistas o país não cresce.


"Mas, se formos ver com séries longas, verificamos o seguinte: O país cresceu mais nos anos de António Guterres do que nos de Cavaco Silva; e mais nos anos de José Sócrates do que nos de Durão Barroso e Santana Lopes. No que me diz respeito, cresceu francamente mais não só do que na média dos anos de Pedro Passos Coelho – mas seria injusto fazer esta comparação dadas as circunstâncias em que governou [o anterior primeiro-ministro] -, mas também sete vezes do que na média dos 14 anos anteriores", acrescentou.

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