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CIP: "Há muito tempo que havia um défice no ministro das empresas"
António Saraiva não se mostrou surpreendido com a saída de Caldeira Cabral.
O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, disse este domingo, 14 de Outubro, não ter ficado surpreendido com a saída de Manuel Caldeira Cabral do Governo, considerando que "há muito tempo que havia um défice no ministro das empresas".
"Não me apanhou de surpresa", disse à agência Lusa o presidente da CIP, reagindo à remodelação do Governo anunciada, no âmbito da qual substitui o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, por Pedro Siza Vieira, que já fazia parte do executivo, como ministro Adjunto.
Caldeira Cabral "nunca se conseguiu afirmar politicamente, apesar de ter muitas qualidades e de conhecer bem os dossiês" e "há muito tempo que há um défice no ministro das empresas", defendeu António Saraiva.
"Esperemos que as coisas possam ser alteradas no tempo que resta desta legislatura" com o novo ministro da Economia, Siza Vieira, sustentou.
Segundo António Saraiva, Pedro Siza Vieira é um "conhecedor dos dossiês e tem muita força política dentro do Governo, sendo próximo do primeiro-ministro".
"Espero que, tendo a relação e força política que faltavam ao anterior ministro, possa imprimir ao Ministério da Economia uma dinâmica que crie condições para que as empresas cresçam", afirmou o presidente da CIP.
"Espero que consiga ter uma voz mais autoritária", acrescentou o dirigente patronal.
O primeiro-ministro fez hoje a maior remodelação no Governo, envolvendo quatro ministérios, com a substituição, na Defesa, de Azeredo Lopes por João Gomes Cravinho, e na Economia, de Manuel Caldeira Cabral por Pedro Siza Vieira.
O primeiro-ministro propôs ainda as mudanças do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, substituído por Marta Temido, e do ministro da Cultura, pasta em que Graça Fonseca sucede a Luís Filipe Castro Mendes - nomeações já aceites pelo Presidente da República.
Com as mudanças agora operadas, o número de ministros desce de 17 para 16, já que Pedro Siza Vieira passa a ser ministro Adjunto e da Economia.
De referir, ainda, que no XXI Governo Constitucional aumenta o número de ministras de três para cinco.
Graça Fonseca na Cultura e Marta Temido na Saúde juntam-se no executivo liderado por António Costa às ministras da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, da Justiça, Francisca Van Dunem, e do Mar, Ana Paula Vitorino.
Sem contar com o primeiro-ministro, o Governo passa a ter um elenco de 16 ministros, dos quais cinco são mulheres (cuja percentagem aumenta de 18% para 31%).
Em termos de orgânica, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, passa a ser ministro do Ambiente e da Transição Energética, com a inclusão da secretaria de Estado da Energia na sua esfera de competências.