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Caso Rita Marques: "Não me revejo naquela atitude. É ilegal", diz Costa

O primeiro-ministro condena ida da ex-secretária de Estado do Turismo para uma empresa que estava no âmbito de atuação enquanto governante e admite rever o reconhecimento de utilidade turística ao grupo Fladgate Partnership. António Costa defendeu ministra da Agricultura.

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11 de Janeiro de 2023 às 16:15
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"Não me revejo naquela atitude". A frase é de António Costa quando questionado sobre a ida da ex-secretária de Estado para o grupo Fladgate Partnership, afirmando ter "99,9% de certeza da ilegalidade na conduta".

A Fladgate Partnership é proprietária das casas de vinho do Porto Taylor's, Fonseca, Croft e Krohn, dos hotéis The Yeatman, em Gaia, e do Vintage House, no Pinhão, assim como do World of Wine (WoW), o quarteirão cultural instalado nas antigas caves de vinho do Porto da Croft e da Taylor’s, no centro histórico de Gaia, que resultou de um investimento superior a 100 milhões de euros.

Questionado sobre a conduta da ex-secretária de estado do Turismo e sobre os apoios que concedeu enquanto esteve no cargo, o primeiro-ministro garantiu que foi chamada "à atenção para as limitações legais existentes e se tinha praticado algum ato e ela entendeu que estava a coberto da lei", respondeu António Costa ao deputado do Chega, André Ventura. "Não é a interpretação que faço", frisou. Mais tarde, em resposta à deputada do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, afirmou que "a situação em que se encontra" a ex-secretária de Estado "é ilegal".

"As autoridades farão a interpretação que bem entenderem", afirmou, indicando que "não corresponde à ética republicana alguém sair do Governo e ir exercer funções numa empresa relativamente à qual agiu diretamente".

Já sobre o despacho de Rita Marques que reconheceu a utilidade turística à Fladgate Partnership, o primeiro-ministro admitiu rever a decisão. "Vale a pena rever o processo para verificar se resulta alguma suspeição de que o Instituto do Turismo fez aquela avaliação em virtude da expectativa da secretária de Estado tinha de um ano depois em vir a ser administradora daquele grupo? Não há problema nenhum". Quanto a revogar o despacho, o primeiro-ministro recusou avançar com essa opção.

Questionado sobre o caso da secretária de Estado da Agricultura que se demitiu, António Costa lembrou que Maria do Céu Antunes "já fez um comunicado dizendo que não tinha conhecimento do envolvimento da secretária de Estado em nenhum processo".

O primeiro-ministro acrescentou que "a secretária de Estado disse [ao gabinete do primeiro-ministro] que a conta em que é cotitular não passou nenhum daquele dinheiro", num caso em que houve arresto de contas do marido, o ex-presidente da Câmara de Vinhais. "É o que ela diz, não tenho meios de verificar se é assim ou não. Ela entendeu demitir-se e as autoridades judiciárias verificarão se é verdade ou se é falso", concluiu


(Notícia atualizada às 16:15 com mais informação)
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