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"Bom senso" do Presidente mal recebido pelo BE e PCP

A tensão entre o Governo e os seus parceiros subiu de tom nas últimas semanas, na sequência do pacote laboral acordado em concertação social e do choque com os sindicatos dos professores.

António Araújo/Lusa
10 de Junho de 2018 às 21:27
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Os apelos do Presidente da República para que haja "bom senso" e se evitem rupturas foi recebido com desconfiança pelos partidos que apoiam o Governo no Parlamento. Tanto o secretário-geral do PCP como a líder do Bloco de Esquerda interpretaram as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa como uma forma de pressão e declararam que continuarão o seu "combate" pela "melhoria das condições de vida" dos portugueses.

No sábado, à margem das comemorações do 10 de Junho, que duraram dois dias, o Presidente afirmou que "ninguém quer juntar às complicações que vêm de fora complicações de dentro. Esse bom senso", prosseguiu, "faz com que não haja a temer qualquer tipo de crise ou qualquer tipo de problema com o Orçamento do Estado" de 2019. Já no domingo, Marcelo voltou à mesma ideia dizendo que "preferimos a paciência dos acordos, mesmo se difíceis, à volúpia das rupturas, mesmo se tentadoras".

Recebido com naturalidade pelo PSD e CDS, que interpretaram as palavras como um apelo à calma e uma expectativa de que o orçamento volte a ser negociado pelos partidos que apoiam o Governo, as palavras caíram mal à esquerda. Porém, tanto o primeiro-ministro como a líder do Bloco de Esquerda procuraram desdramatizar, mostrando disponibilidade para repetir os acordos alcançados nos anteriores orçamentos. Da parte do PCP, Jerónimo de Sousa repetiu que o PCP não tem nenhuma posição sobre o orçamento antes de conhecer o documento.

A tensão entre o Governo e os seus parceiros subiu de tom nas últimas semanas, na sequência do pacote laboral acordado em concertação social e do choque com os sindicatos dos professores.
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