"O Bloco de Esquerda não atingiu um objectivo que era essencial para nós, que era retirar a maioria absoluta ao PSD", disse Catarina Martins numa declaração aos jornalistas, na sede do BE, em Lisboa, após serem conhecidos os resultados finais das eleições regionais da Madeira.

De acordo com os dados, o PSD obteve hoje a 11.ª maioria absoluta consecutiva das últimas quatro décadas.

Catarina Martins referiu que o partido é "confrontado com o facto de o PSD continuar a ter maioria absoluta na região" e de que por isso mesmo o BE continuará "numa situação de grande dificuldade.

Ainda assim, a porta-voz nacional do partido deu os parabéns aos candidatos e aos militantes pelos resultados "expressivo e importante" que permite o regresso do BE ao parlamento regional e, pela primeira vez, com uma representação de dois deputados.

"Não é fácil a um partido político, depois de sair do parlamento, voltar ao parlamento, e isso aconteceu. [...] é a maior representação que o BE já teve no parlamento regional da Madeira e, portanto, o nosso trabalho será reforçado a partir de agora", declarou Catarina Martins.

O Bloco de Esquerda, que conquistou 3,8% dos votos, elegeu hoje dois deputados para a assembleia regional da Madeira, recuperando a sua representação parlamentar, depois de nas eleições de 2011 ter perdido o seu único deputado com assento no parlamento regional.

Foi a primeira vez que o partido conseguiu eleger mais do que um deputado para o parlamento da Madeira.

Na assembleia estarão presentes Roberto Almada, coordenador regional do Bloco de Esquerda na Madeira e ex-deputado regional, e Rodrigo Trancoso, presidente da assembleia municipal do Funchal e dirigente regional do partido.

Questionada sobre se seria possível fazer uma leitura nacional dos resultados regionais hoje alcançados, Catarina Martins disse que "os resultados na Madeira mostram que a coerência e a determinação são muito importantes na forma como as pessoas podem confiar ou não nos partidos políticos".

"O BE na Madeira soube ter sempre esse percurso de coerência. Julgo que isso foi reconhecido. As eleições legislativas serão cá, serão daqui a uns meses, veremos. Mas essa determinação e essa coerência são de facto de assinalar e mostram que podem ter resultados", disse.