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BE lamenta "dia triste para a democracia" com eleição de Pacheco de Amorim para vice da AR

Mariana Mortágua lamentou que o parlamento tenha elegido, ainda que não com os votos do BE, "um vice-presidente que militou e participou em organizações terroristas que se opuseram ao 25 de Abril e à democracia que este país conquistou há 50 anos".

Filipe Amorim / Lusa
Lusa 27 de Março de 2024 às 19:54
O BE considerou que hoje "é um dia triste para a democracia" com a eleição de Pacheco de Amorim, do Chega, para vice-presidente do parlamento, acusando-o de ter participado "em organizações terroristas que se opuseram ao 25 de Abril".

"Se o parlamento tem hoje esse vice-presidente é porque o PSD, depois de toda a confusão que gerou, depois de todo o acordo que disse que havia e que deixou de haver, depois de todo o impasse político e que acabou num entendimento com o PS, votou no vice-presidente do Chega para a Assembleia da República", acusou a líder do BE, Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas no parlamento.

Mariana Mortágua lamentou que o parlamento tenha elegido, ainda que não com os votos do BE, "um vice-presidente que militou e participou em organizações terroristas que se opuseram ao 25 de Abril e à democracia que este país conquistou há 50 anos".

"É um dia triste para a democracia e deve ser notada a oposição do Bloco de Esquerda", enfatizou.

A lider do BE criticou que o entendimento entre PS e PSD que permitiu ultrapassar o impasse para a eleição do presidente do parlamento não tenha resolvido "dois problemas políticos".

"A Assembleia da República tem agora um vice-presidente do partido Chega, um vice-presidente que tem um percurso político como toda a gente nesta Assembleia da República tem, mas é provavelmente o único que tem um percurso político que passa por organizações terroristas que sempre militaram contra a democracia", começou por criticar.

O outro aspeto que não foi resolvido por este acordo entre os dois maiores partidos "é o problema político que está instalado no país", acrescentou Mortágua.

"Há uma direita que não é capaz de garantir estabilidade, nenhuma solução institucional ou política para o país e que está refém de uma extrema-direita que quer utilizar as instituições democráticas sem qualquer respeito por elas como instrumentos da sua luta política e partidária que passa por achincalhar, por diminuir essas instituições, o parlamento, por bloquear o parlamento", lamentou.

Aos jornalistas, os vice-presidentes do Chega e da IL, Diogo Pacheco de Amorim e Rodrigo Saraiva, respetivamente, manifestaram-se satisfeitos com a sua eleição, sublinhando que foi assim reposta a normalidade na Assembleia da República.

Pacheco de Amorim apontou que "uma distorção que existia foi corrigida" com a sua eleição.

"Nos últimos anos, temos sentido um ambiente de degradação das instituições políticas e era preciso dar um sinal a Portugal que é preciso repor uma normalidade democrática", afirmou Rodrigo Saraiva.

Os deputados Teresa Morais (PSD), Marcos Perestrello (PS), Diogo Pacheco de Amorim (Chega) e Rodrigo Saraiva (IL) foram hoje eleitos vice-presidentes da Mesa da Assembleia da República.

Teresa Morais, deputada eleita por Setúbal e indicada pelo PSD, teve 140 votos a favor, 86 votos brancos, e um voto nulo.

Marcos Perestrello, ex-presidente da Comissão de Defesa, eleito pelo círculo de Lisboa na lista do PS, contou com 169 votos a favor, 57 brancos e um nulo.

Depois de ter falhado a eleição na legislatura passada, Diogo Pacheco de Amorim foi eleito hoje vice-presidente da Assembleia da República, com 129 votos a favor, 97 brancos e um nulo.

O antigo líder parlamentar da IL, Rodrigo Saraiva, obteve 144 votos a favor, 82 brancos e um nulo.
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