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António Monteiro: "Conselho de Segurança da ONU é um órgão anti-democrático"

O embaixador e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros é o convidado do podcast "Conversas Visíveis", um formato conduzido pelos colunistas da Mão Visível que estará disponível a partir desta quinta-feira, dia 23. António Monteiro acredita que continua a haver "na ordem internacional regras que se mantêm".

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22 de Dezembro de 2021 às 16:49
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O embaixador e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros António Monteiro entende que as Nações Unidas continuam a ser "um instrumento indispensável da nossa vida planetária", ainda que a atual "ordem multilateral" seja "fraca e por vezes pouco efetiva".

Para o diplomata, "são necessárias reformas [nas instituições multilaterais]", como é o caso da ONU. Ainda assim, frisa, "devemos encará-las como normais, porque a ordem de hoje não é a ordem da II Guerra Mundial".

E um dos órgãos que devia merecer ajustes é o conselho de segurança das Nações Unidas. "O conselho de segurança tem, quanto a mim, um problema que é o facto de ser um órgão anti-democrático. Tem dez membros eleitos que não têm poder ou têm pouco e têm cinco membros permanentes, não eleitos, que esses sim dominam a tomada de decisão", acrescenta o também presidente do conselho de administração da Fundação Millennium BCP.

António Monteiro é o próximo convidado do podcast "Conversas Visíveis", um formato conduzido pelos colunistas da "Mão Visível" e que estará disponível no site do Jornal de Negócios e nas plataformas Apple Podcasts e Spotify a partir desta quinta-feira, dia 23. A conversa foi conduzida por Jorge Marrão e Joaquim Aguiar.

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros adianta que o poder destes cinco países no conselho de segurança da ONU "continua a ser um problema forte para o mundo". "Porque o que acontece é que as cinco potências com direito de veto usam o veto como ameaça permanente", explica.

António Monteiro não tem dúvidas, por isso, que 
"a reforma passaria por mudanças no conselho de segurança da ONU". "Caminharemos no futuro para que as Nações Unidas continuem a ser um fórum em que todas as potências acabarão por encontrar um caminho comum."

O que são as Conversas Visíveis?

As Conversas Visíveis são um novo projeto que é complementar da Mão Visível, o espaço de opinião que junta Álvaro Nascimento, António Nogueira Leite, Joaquim Aguiar, Jorge Marrão e Paulo Carmona. A cada quinze dias, dois destes colunistas vão conduzir um entrevistado pelos "mistérios da estrada da democracia em Portugal".

 

As Conversas Visíveis procuram identificar o que está na sombra da política, o que se esconde nos discursos e nas decisões, mas que acabará sempre por se revelar na realidade efetiva das coisas. O compromisso assumido pela equipa da Mão Visível é o de que irá falar sobre as sombras e os mistérios da democracia portuguesa, onde se escondem os fatores que geram endividamento sem estimularem crescimento, onde se agravam as desigualdades sociais e onde persiste o crescimento da despesa pública e da expansão de funções do Estado.






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