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"Alarmistas" e "desproporcionais". O que pensam os partidos das novas restrições

Enquanto o PSD considera que o Governo está a correr "atrás do prejuízo", o BE, PCP e PAN pedem mais apoios para minimizar impacto do alargamento do período de contenção de contactos. CDS-PP e IL consideram medidas alarmistas e Chega quer criar "apoio extraordinário" para compensar restrições.

As propostas para limitar os contratos a prazo, período experimental e repor as horas extras não passaram.
Pedro Catarino
22 de Dezembro de 2021 às 11:21
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A antecipação do período de contenção para as 00h00 de 25 de dezembro, como o regresso do teletrabalho obrigatório, o encerramento de bares e discotecas, bem como de creches e ATL, foi uma das decisões tomadas esta terça-feira pelo Governo, em Conselho de Ministros, para conter a pandemia. Mas nem todos os partidos estão de acordo. 

PSD acusa Governo de "correr atrás do prejuízo"
Para o PSD, o Governo está a "correr atrás do prejuízo" devido à "falta de planeamento" no reforço da vacinação. "Da parte do PSD, entendíamos que não deveríamos ter entrado no inverno com uma parte da população vulnerável ainda por vacinar", afirmou à Lusa o vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Ricardo Baptista Leite.

O deputado e cabeça de lista por Lisboa às legislativas de janeiro classificou ainda as novas medidas anunciadas como "inconsistentes" devido às diferenças entre restaurantes, bares e discotecas, no que toca à testagem. "Deve haver clareza em relação às medidas que se tomam e há aqui uma série de incongruências. Isto leva a que os próprios cidadãos se sintam confusos depois de dois anos de gestão de uma pandemia", alertou.

BE estranha ausência de reforço das equipas de rastreio e vacinação
Por sua vez, a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) recorreu às redes sociais para dizer que estranha que "não exista reforço das equipas de rastreio e vacinação" nesta altura, tendo em conta "a exaustão dos profissionais de saúde". 

Apesar disso, regista que, "no encerramento de creches e ATL, o Governo aceitou a sugestão do Bloco de apoio às famílias", com os pais de crianças até aos 12 anos a terem direito a faltas justificadas durante o período de contenção e a receber o apoio excecional à famílias, que corresponde a dois terços da remuneração base pagos pela Segurança Social. "Falta saber de apoios relativos a outras medidas", destacou.

PCP critica "soluções restritivas" num contexto "bastante diferente"
Também o PCP reagiu com críticas às novas medidas. "As medidas agora anunciadas pelo Governo retomam uma opção por soluções restritivas com fortes prejuízos para os trabalhadores e muitas atividades económicas, que não pode ser a resposta automática para cada situação de maior incidência da covid-19", referiu o comunista Bernardino Soares.

Considerando que a situação é "bastante diferente" do que há um ano (com mais pessoas vacinadas e menos internamentos), o PCP entende que as medidas a adotar deveriam ser adaptadas ao "contexto", devendo passar por um reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS), mais testes gratuitos e um reforço da vacinação contra a covid-19.

CDS-PP considera medidas "exageradas, alarmistas e desproporcionais"
O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, considera que as medidas adotadas são "exageradas, alarmistas e desproporcionais". "O Governo está a ir atrás do que estão a fazer outros países europeus, quando nenhum deles tem o número de população vacinada que o nosso país tem", frisou.


Com quase 90% da população vacinada e mais de 2 milhões de pessoas com dose de reforço, o CDS-PP rejeita "liminarmente este caminho de instabilidade e de alarmismo", que gera "terror e medo" e pode conduzir a economia "à miséria e à pobreza".

PAN apela à "responsabilidade individual" na quadra natalícia

O PAN diz compreeender que "há necessidade da adoção de algumas medidas", mas sublinha que é preciso que existam também "os correspondentes apoios sociais, em particular para os bares e as discotecas, que vão ter de encerrar, mas também para as famílias, quer no apoio às creches, quer no apoio para ficarem em casa com as crianças sempre que assim seja necessário por força do contexto sanitário". 

A porta-voz do PAN pede ainda que seja assegurado o "acesso universal" aos testes em todo o país, alertando que essa capacidade "não está a ser a mesma em todos os distritos do país". Sugere também que seja reforçado o SNS com novos profissionais de saúde e haja mais oferta nos transportes públicos.

Chega quer "apoio extraordinário" para compensar restrições
O deputado único e presidente do Chega, André Ventura, considera que o Governo deve avançar "imediatamente" com um "suplemento de apoio extraordinário" para compensar os setores mais afetados pelo alargamento das medidas de contenção, que vão vigor desde dia 25 de dezembro até dia 9 de janeiro.

Segundo André Ventura, essa ajuda deve ser direcionada para os bares, discotecas, restauração, hotelaria, turismo e eventos. "Para quê estarmos com medidas desproporcionais, gravosas para as liberdades das pessoas, numa altura destas?", questionou, destacando que esse "irracional" de restrições "tem de parar algum dia".

IL diz que novas medidas são "atestado de incompetência" do Governo
O Iniciativa Liberal expressou também "desagrado e desalento" com as novas restrições, sublinhando que as medidas anunciadas "não são condizentes com os dados apresentados". "Continuamos a desconhecer quais foram os dados que suportam estas decisões", defendeu a dirigente do IL Carla Castro.

O IL lamenta que o Governo ainda não tenha apresentado o calendário do reforço de vacinação e que "há centros de vacinação que vão parar e que o ritmo de vacinação é mais baixo do que no verão". "É claramente um atestado de incompetência sobre a forma de o Governo gerir a pandemia", considerou, acrescentando que as novas medidas podem até "descredibilizar a vacinação e a testagem".

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