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A alternativa progressista de Seguro não aceita uma sociedade de mercado

António José Seguro defende uma economia de mercado justa e transparente e apela a uma sociedade que “se orgulhe de não deixar nenhuma pessoa para trás”.

04 de Fevereiro de 2013 às 12:22
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Na abertura do encontro da Internacional Socialista, António José Seguro acusou a “proposta ultraliberal” de ter estado na origem da crise [2007/2008] e no aprofundamento da crise”.  

 

“Sempre defendemos uma economia de mercado mas não aceitamos uma sociedade de mercado”, afirmou o secretário-geral do Partido Socialista, acrescentando que “quando há um problema global só há uma forma de o resolver: através de uma estratégia global”.

 

“É imoral que os trabalhadores paguem impostos do seu trabalho e os especuladores estejam protegidos por paraísos fiscais que continuam a existir neste mundo. Como é possível que continuemos a ter no mundo espaços onde o dinheiro não é controlado”, questionou Seguro, afirmando que “não podemos tornar os nossos países mais justos se não acabarmos com este capitalismo selvagem. Precisamos de regras no plano mundial”.

 

Quanto à União Europeia, Seguro defendeu que a Europa “precisa de por fim às suas ambiguidades. Tem de fazer opções claras, não pode ser só um mercado com uma moeda única. Não conheço nenhuma união monetária sem uma união politica”.

 

"A Europa tem uma única política cambial, tem uma única política monetária, mas tem 17 políticas orçamentais diferentes. O Orçamento da União Europeia corresponde a cerca de 1% da riqueza de todos os países a 27. Como é possível poder construir um projecto de integração regional sem construir uma política económica coerente que responda aos problemas das pessoas?", interrogou Seguro.

 

O secretário-geral do PS defendeu um novo Tratado da União Europeia, tendo como objectivo a criação de uma Europa federal, com igualdade entre Estados-membros e entre cidadãos do espaço europeu.

 

"Sim, precisamos de um novo tratado europeu. A nossa opção é clara: Uma Europa federal, onde cada Estado e cada pessoa esteja em pé de igualdade e onde não sejam apenas uns países a determinar aquilo que deve ser a História e o futuro de outros países que estão em dificuldades", disse, arrancando uma salva de palmas, numa plateia composta por centenas de delgados em representação de cerca de cem partidos filiados na Internacional Socialista.

 

De acordo com António José Seguro, a solidariedade que esteve na origem do projecto europeu "está hoje muito afastada dos líderes europeus".

"Temos de ter um Governo económico e político para que possa haver instrumentos eficazes para contrariar a crise que atravessamos", sustentou, antes de dar um exemplo sobre uma situação de desigualdade entre Estados-membros.

 

"Na Europa há países sob assistência financeira que pagam caro pelo financiamento da sua economia e, ao mesmo tempo, há países que se financiam a taxas negativas. Como é possível que possa haver países que pagam 7% para financiar a sua economia e existam outros países que se financiam a taxas negativas? A solidariedade não pode ser discursiva, tem de ter uma tradução concreta", frisou.       

      

Seguro apresentou ainda um exemplo de alegada incapacidade política de reacção por parte da União Europeia, depois de confrontada com a crise financeira de 2007 e 2008 que "teve origem nos mercados financeiros".

"Ao longo destes quatro anos, a Europa andou sempre a correr atrás do prejuízo e foi incapaz de enfrentar com vontade e coragem política os verdadeiros problemas que tem pela frente", salientou, num discurso em fez referências elogiosas a dois antigos secretários gerais do PS: Mário Soares e António Guterres.

 

(Notícia actualizada às 14h46)

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