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Sem estímulos dos bancos centrais, PIB mundial cresceria menos 0,5 pontos

É um dos ingredientes que deverá ajudar a economia mundial a recuperar em 2020. Sem a política monetária expansionista, o crescimento seria menor em cinco décimas em cada ano.

Christine Lagarde, presidente do BCE, e Jerome Powell, presidente da Fed, são os atuais rostos da política monetária expansionista. Mike Theiler/Reuters
20 de Janeiro de 2020 às 17:48
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Há muita discussão sobre os limites da atual política monetária nas economias avançadas, mas esta continua a ter um impacto significativo no crescimento económico. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), sem os estímulos dos bancos centrais, que foram "quase sincronizados", as previsões para o PIB mundial ficariam 0,5 pontos percentuais abaixo do nível atual.

"A estimativa do crescimento mundial para 2019 e a projeção para 2020 teria sido 0,5 pontos percentuais mais baixa em cada ano sem estes estímulos monetários", calcula o Fundo na atualização do World Economic Outlook divulgada esta segunda-feira, 20 de janeiro. Na classificação dos técnicos de Washington, a política monetária mundial continua a ser expansionista tendo em conta os padrões históricos. 

Em causa está a redução das taxas de juro diretoras e outras medidas de estímulo que foram introduzidas nos últimos anos pelos bancos centrais, os quais enfrentam dificuldades em cumprir os seus objetivos para a inflação. Exemplo disso são os três cortes das taxas da Reserva Federal norte-americana no segundo semestre de 2019 e o retomar do programa de compra de ativos do Banco Central Europeu (BCE). 

Apesar de reconhecer este impacto positivo da atuação dos bancos centrais, o FMI também é da opinião que as taxas estão "perto" do seu limite inferior. Ou seja, não poderão baixar muito mais, o que faz com que "o espaço da política monetária para combater mais descidas do crescimento seja limitado". É aqui que entram os orçamentos dos Estados.

O Fundo retoma neste relatório o apelo aos países com margem de manobra para aplicarem uma política orçamental expansionista. Os gastos devem focar-se em investimentos que mitiguem as alterações climáticas e que contribuam para o crescimento potencial da economia, nomeadamente apostando em capital humano.

O FMI também assinala a importância de garantir que os "ganhos" económicos sejam distribuídos por toda a sociedade através da "educação, saúde, qualificações e infraestruturas".

Já os Estados com um elevado nível de endividamento em comparação com a maioria dos países, como é o caso de Portugal, devem continuar a consolidação orçamental para estarem preparados para a próxima recessão.

Ainda assim, apesar de terem menor margem de manobra, estes países podem diminuir o ritmo de consolidação caso o PIB desacelere "substancialmente". Tal permitirá "evitar" um período longo de crescimento abaixo do potencial.

Mas, mesmo com este apoio dos Governos, não é certo que a inflação deixe de estar "abafada" pelo que o FMI prevê que a política monetária continue a ser expansionista, o que recomenda cautela. "Com a previsão de que as taxas de juro deverão ficar baixas durante mais tempo, as medidas macroprudenciais devem ser usados proativamente para prevenir o acumular de riscos financeiros", avisa Gita Gopinath, economista-chefe do FMI, num texto que acompanha a atualização do World Economic Outlook.
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