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Salários na Zona Euro abrandam e dão margem ao BCE para voltar a cortar taxas

Os dados sobre a evolução dos salários antes da reunião em setembro do BCE são um indicador a que o banco central presta "especial atenção" pelo impacto que pode ter na inflação no setor dos serviços.

Christine Lagarde espera um “verão animado” de indicadores. BCE está atento à evolução dos salários, das margens e da produtividade.
Friedemann Vogel/Epa
22 de Agosto de 2024 às 15:28
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O aumento dos salários na Zona Euro foi de 3,55% no segundo trimestre, face a igual período do ano anterior, depois de terem subido 4,74% no primeiro trimestre, anunciou hoje o Banco Central Europeu.

Entre abril e junho deste ano, o aumento homólogo dos salários negociados na zona euro (3,55%) é o mais baixo desde o último trimestre de 2022.

Os dados sobre a evolução dos salários antes da reunião em setembro do BCE é um indicador a que o banco central presta "especial atenção" pelo impacto que pode ter na inflação no setor dos serviços.

"A queda dos salários negociados na Zona Euro no segundo trimestre foi superior à esperada", disse o economista sénior da Zona Euro no ING Research, Bert Colijn, advertindo que, apesar de poder haver ainda "surpresas positivas" no final do ano, o aumento dos salários hoje conhecido "torna ainda mais provável um corte de 25 pontos base [nas taxas de juro do BCE] em setembro".

O economista refere também que o abrandamento dos salários "trará algum alívio para aqueles que defendem um ciclo de cortes graduais nas taxas de juro, uma vez que o crescimento salarial negociado de 3,55% em termos homólogos está mais em linha com as perspetivas da inflação a médio prazo".

No entanto, o economista adverte para o facto de o crescimento salarial ser ainda "demasiado elevado" para se atingir o objetivo de inflação de 2%, dado o "fraco crescimento da produtividade".

Assim, o caminho para a moderação salarial poderá "estar repleto de obstáculos" e o segundo semestre de 2024 poderá ainda trazer "algumas surpresas", uma vez que os sindicatos, particularmente na Alemanha, continuam a exigir salários elevados nas negociações.

"Embora isso seja ótimo para os consumidores e melhore um pouco as perspetivas económicas, poderá ser menos positivo para o BCE no final deste ano", sublinha Colijn.
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