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Obama vai nomear Janet Yellen para presidir à Fed

O presidente norte-americano vai nomear Janet Yellen para a presidência do banco central do país, informou fonte da Casa Branca na terça-feira, citada pela Lusa. Escolha de Obama vai garantir continuidade durante a retirada dos estímulos à economia.

09 de Outubro de 2013 às 01:13
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Barack Obama fará o anúncio na Casa Branca durante um evento em que também estará o actual presidente da Fed, Ben Bernanke (na foto).

 

Yellen, a primeira mulher a ocupar o posto, era a favorita para a nomeação, depois da renúncia do economista Larry Summers, que era apontado como principal candidato, recorda a Lusa.

 

Actual vice-presidente do Conselho de Governadores da Fed, desde 4 de Outubro de 2010, Yellen presidiu antes ao banco do Sistema da Reserva Federal em San Francisco. Licenciada na Universidade de Brown, em 1967, e doutorada em Yale, em 1971, presidiu ao Conselho dos Consultores Económicos do Presidente democrata Bill Clinton, entre 1997 e 1999.

 

Casada com George Akerlof, galardoado com o Prémio Nobel da Economia, Yellen tem uma extensa obra publicada sobre macroeconomia, em particular sobre as causas, os mecanismos e as implicações do desemprego.

 

Ben Bernanke tomou posse à frente da Fed no final de Janeiro de 2006 e foi reconduzido por Obama, em Janeiro de 2010, para um segundo mandato. Depois de dois mandatos de quatro anos, será altura de abandonar as funções em Janeiro do próximo ano.

 

O seu antecessor, Alan Greenspan, conduziu a política monetária do país durante 19 anos, entre 1987 e 2006.

 

Retirada dos estímulos ficará a cargo de uma “pomba”

 

Janet Yellen é uma das responsáveis de política monetária da Reserva Federal que deverá reunir mais apoio para desempenhar o cargo de presidente. Contudo, é considerada uma “pomba”, que em jargão económico denomina alguém que dá prioridade ao combate ao desemprego em detrimento de um controlo mais apertado da inflação.

 

A futura sucessora de Ben Bernanke apoiou as actuais políticas de estímulo à economia e que são as mais expansionistas da história da Fed. Assim, a escolha de Barack Obama combinar uma política de continuidade durante a retirada dos estímulos, combinada com a competência para ocupar o cargo mais importante do mundo na condução de política monetária.

 

“É difícil imaginar uma escolha melhor em virtude da sua inteligência, temperamento, sensatez demonstrada, compreensão da Fed e longa experiência”, disse o professor da Universidade de Princeton e antivo vice-presidente da Fed, Alan Blinder, à Bloomberg. “Ela deverá dar uma excelente presidente da Fed”.

 

O banco central norte-americano tem a missão de conduzir uma política monetária que assegura a estabilidade dos preços e a evolução da economia de acordo com o seu potencial. A escolha de Yellen, numa altura de crise internacional, transmite a mensagem de que a Fed vai apoiar o crescimento da economia.

 

“Ela é ainda mais [adepta de uma política característica de uma] pomba do que Ben Bernake, mas é impossível dizer que ela não credenciais devido à amplitude da experiência que ela tem”, disse o antigo presidente da Reserva Federal de Richmond, Alfred Broaddus, à Bloomberg. “Ela tem experiência que praticamente mais ninguém pode trazer”.

 

Janet Yellen é ainda reconhecida por ter sido uma das poucas responsáveis de política monetária a alertar para os riscos do mercado imobiliário. Por outro lado, é responsável pela apresentação de linhas condutoras para a política monetária. Em Janeiro de 2012, a Fed apresentou o objectivo para a inflação de longo prazo de 2,0% e um nível de desemprego entre 5,2% e 6,0%.

 

O anúncio resultou do trabalho feito ao longo de dois anos pelo sub-comité liderado por Yellen, que reuniu 15 vezes ao longo de dois anos. Antes da existência deste grupo de trabalho, as reuniões da Comissão Federal de Operações de Mercado Aberto não eram seguidas de conferências de imprensa nem existiam metas para o desemprego ou inflação.

 

“Ela assegura continuidade, por um lado, e, por outro é altamente qualificada” para as funções, afirmou o economista do Citigroup Nathan Sheets, que foi o responsável de economista internacional da Fed. “Não sei se alguma vez houve um presidente da Fed com um conjunto de credenciais mais amplo”, acrescentou.

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