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Janet Yellen: A melhor a perceber a crise

Janet Yellen, actual vice-presidente da Fed, é o nome indicado por Barack Obama para substituir Ben Bernanke à frente do banco central.

Bloomberg
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Aos 66 anos, e com 20 anos de experiência na Reserva Federal, Janet Yellen (na foto) construiu uma reputação invejável que consolidou na crise.

 

Uma análise do "Wall Street Journal" às previsões desde 2009 de cada membro do comité de política monetária da Fed mostra que Yellen foi a que melhor previu a evolução da economia norte-americana. Esta conclusão veio reforçar a reputação que já tinha construído, quer avisando para os riscos que se acumulavam no sistema financeiro antes de 2007, quer para os possíveis desenvolvimentos posteriores.

 

Entre os seus apoiantes para o lugar de Presidente da Fed está Paul Krugman, professor em Princeton e prémio Nobel. "É preciso de alguém que consiga trazer o resto da Fed consigo" na opção de não apertar a política monetária demasiado cedo, escreveu o economista no seu blogue esta semana. E deixou uma pergunta retórica.

 

"Quem será melhor: alguém que já demonstrou a capacidade de conviver com os seus colegas da Fed, ou alguém que tem uma reputação de ser duro mas também de fazer levantar os cabelos?".

 

Krugman é secundado por Alan Blinder, ex-vice presidente da Fed e ele próprio um possível nomeado para o cargo que, num artigo de opinião no "Wall Street Journal", vincou a sua capacidade de avaliação económica e de gestão. "O activo talvez mais importante, mas menos percebido que Yellen levaria para a mesa seria a capacidade de gerir um comité de política monetária fracturado", lê-se no texto.

 

Retirada dos estímulos ficará a cargo de uma “pomba”

 

Janet Yellen é uma das responsáveis de política monetária da Reserva Federal que deverá reunir mais apoio para desempenhar o cargo de presidente. Contudo, é considerada uma “pomba”, que em jargão económico denomina alguém que dá prioridade ao combate ao desemprego em detrimento de um controlo mais apertado da inflação.

 

A futura sucessora de Ben Bernanke apoiou as actuais políticas de estímulo à economia e que são as mais expansionistas da história da Fed. Assim, a escolha de Barack Obama combinar uma política de continuidade durante a retirada dos estímulos, combinada com a competência para ocupar o cargo mais importante do mundo na condução de política monetária.

 

“É difícil imaginar uma escolha melhor em virtude da sua inteligência, temperamento, sensatez demonstrada, compreensão da Fed e longa experiência”, disse o professor da Universidade de Princeton e antivo vice-presidente da Fed, Alan Blinder, à Bloomberg. “Ela deverá dar uma excelente presidente da Fed”.

 

O banco central norte-americano tem a missão de conduzir uma política monetária que assegura a estabilidade dos preços e a evolução da economia de acordo com o seu potencial. A escolha de Yellen, numa altura de crise internacional, transmite a mensagem de que a Fed vai apoiar o crescimento da economia.

 

“Ela é ainda mais [adepta de uma política característica de uma] pomba do que Ben Bernake, mas é impossível dizer que ela não credenciais devido à amplitude da experiência que ela tem”, disse o antigo presidente da Reserva Federal de Richmond, Alfred Broaddus, à Bloomberg. “Ela tem experiência que praticamente mais ninguém pode trazer”.

 

Janet Yellen é ainda reconhecida por ter sido uma das poucas responsáveis de política monetária a alertar para os riscos do mercado imobiliário. Por outro lado, é responsável pela apresentação de linhas condutoras para a política monetária. Em Janeiro de 2012, a Fed apresentou o objectivo para a inflação de longo prazo de 2,0% e um nível de desemprego entre 5,2% e 6,0%.

 

O anúncio resultou do trabalho feito ao longo de dois anos pelo sub-comité liderado por Yellen, que reuniu 15 vezes ao longo de dois anos. Antes da existência deste grupo de trabalho, as reuniões da Comissão Federal de Operações de Mercado Aberto não eram seguidas de conferências de imprensa nem existiam metas para o desemprego ou inflação.

 

“Ela assegura continuidade, por um lado, e, por outro é altamente qualificada” para as funções, afirmou o economista do Citigroup Nathan Sheets, que foi o responsável de economista internacional da Fed. “Não sei se alguma vez houve um presidente da Fed com um conjunto de credenciais mais amplo”, acrescentou.

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