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“O euro é como uma bola de rugby”, diz Centeno

O governador do Banco de Portugal defende que a política monetária e a orçamental souberam responder à crise provocada pela pandemia de covid-19.

O Banco de Portugal, liderado por Mário Centeno, está de olhos postos no potencial interesse de Roger Tamraz no EuroBic.
Duarte Roriz
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"O objeto que mais faz lembrar o euro é uma bola de rugby", disse Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, esta quarta-feira perante uma plateia irlandesa. Porquê? Porque é difícil, precisa de trabalho em equipa e ninguém pode ficar para trás, explicou. 


O governador do Banco de Portugal falava num webinar organizado pelo Institute of International and European Affairs, sobre "Política Monetária em Transição". Mário Centeno detalhou a analogia que, conta, lhe ocorreu pela primeira vez numa sessão do Parlamento Europeu. 


"O euro, tal como uma bola de rugby, é difícil de manusear", disse. "Na Zona Euro, tal como numa equipa de rugby, precisamos de fazer progresso juntos, ninguém pode ser deixado para trás", somou. "E finalmente, tal como numa equipa de rugby, é difícil ter sucesso com um homem, ou um país, em baixo", concluiu.


A comparação serviu de mote ao debate onde Centeno apelou à manutenção de políticas coordenadas para enfrentar a crise provocada pela pandemia de covid-19. O governador do Banco de Portugal elogiou o facto de a União Europeia não ter cometido os erros da crise financeira e de, desta vez, ter agido em conjunto, mobilizando tanto a política monetária como a orçamental.


Centeno defendeu que o Fundo de Recuperação Europeu, e a decisão de a União Europeia ir aos mercados financiar-se em nome de todos os países, partilhando os riscos, é uma solução para lá de temporária e que mostra a solidariedade do projeto europeu. 


"É mais do que um mecanismo de suporte de 750 mil milhões de euros", frisou. "Para financiar este montante a União Europeia vai pedir emprestado nos mercados. Isto não é só um sinal de solidariedade europeia mas também de prosseguir uma integração económica", argumentou, notando que "a maturidade dos instrumentos podem durar 30 anos". E sublinhou: "Isto não é um projeto temporário."


Para o governador do Banco de Portugal é essencial manter uma interpretação lata do mandato do BCE, preservando os instrumentos que foram sendo criados para responder à crise, e assegurando boas condições de financiamento aos agentes económicos. 

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