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Membro do BCE diz que estímulos só serão retirados "quando a situação normalizar"

Luis Maria Linde, membro do conselho do BCE, não se compromete com datas, mas defende que as medidas não convencionais devem ser retirados de forma gradual, quando a situação na Zona Euro normalizar.

Bloomberg
28 de Outubro de 2016 às 13:52
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Luis Maria Linde, membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE), defende que o programa de compra de activos que está em marcha para estimular a economia da Zona Euro deve ser reduzido lentamente, até para evitar surpresas nos mercados. 

O programa de compras, fixado nos 80 mil milhões de euros mensais, tem fim programado para Março de 2017, mas poderá ser prolongado, como admitiu o presidente do BCE Mario Draghi na última reunião mensal da autoridade monetária.

"Há um prazo em Março do próximo ano, e há uma discussão em curso sobre a sua redução gradual porque não podemos ir de um certo valor a zero, em 24 horas", admitiu o também governador do Banco de Espanha, num debate com estudantes, em Itália.

Espera-se que na reunião de Dezembro o BCE anuncie se vai ou não prolongar o programa de compras além de Março, já que a inflação na Zona Euro continua muito longe da meta do banco central de 2%.

Linde não se comprometeu com datas, mas explicou que o programa de alívio quantitativo é uma medida não convencional que só será retirada quando a situação normalizar.

"Estas são medidas não convencionais que serão retiradas assim que a situação normalizar, ou seja, quando a inflação regressar para um nível próximo de 2%", afirmou o responsável.

Linde insiste, porém, que a retirada deve ser feita de forma gradual para evitar choques nos mercados. "Para mim, ir devagar é uma coisa importante. E só se formos devagar é que poderemos evitar surpresas nos mercados financeiros, porque as surpresas são perigosas", reforçou.

Na última reunião da autoridade monetária, a 20 de Outubro, o presidente do BCE não avançou quaisquer detalhes sobre os planos para o futuro, mas sinalizou que, em Frankfurt, estão longe de ponderar uma redução dos estímulos monetários, como havia sido avançado pela Bloomberg. 

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