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Lagarde reforça que é "muito improvável" reunir as condições para subir juros em 2022
A presidente do Banco Central Europeu está em Lisboa, a participar na comemoração do 175.º aniversário do Banco de Portugal. Lagarde aproveitou para reforçar a mensagem "dovish" que tentou passar na semana passada.
A presidente do Banco Central Europeu (BCE) reforçou esta quarta-feira a mensagem que procurou passar no final da última reunião de política monetária: os juros não deverão subir tão cedo quanto espera o mercado – é "muito improvável" que tal aconteça no próximo ano – e as condições monetárias precisam de se manter acomodatícias, num momento em que as subidas de preços de matérias-primas e da energia já penalizam a economia.
"Na nossa orientação de política sobre taxas de juros, articulámos claramente as três condições que precisa de ser satisfeitas antes das taxas de juro começarem a subir. Apesar do aumento atual da inflação, o cenário de médio prazo continua contido e por isso é muito improvável que estas três condições sejam satisfeitas no próximo ano", disse a presidente do BCE, na sessão comemorativa dos 175 anos do Banco de Portugal, que decorre no Museu do Dinheiro, em Lisboa.
Lagarde assinalou ainda que "um aperto das condições financeiras não é desejável num momento em que o poder de compra já está a ser apertado por custos mais altos de energia e de combustíveis", uma vez que isso teria impactos indesejáveis para a recuperação.
Já quanto à calibração das compras de ativos assim que a pandemia for ultrapassada, voltou a dizer que a estratégia será revelada em dezembro. Mas notou que "mesmo depois do fim esperado da emergência pandémica, será ainda necessário que a política monetária – incluindo a calibração da compra de ativos – suporte a recuperação e o regresso sustentável ao objetivo de 2% de inflação".
Lagarde aproveitou o facto de estar em Lisboa para fazer um paralelismo entre a capacidade que o país teve de superar o choque provocado pelo terramoto de 1755, com a morte de milhares de pessoas e um abalo económico entre 32% e 48% do PIB, e a pandemia de covid-19. "O terramoto proporcionou ao governo um momento de agora ou nunca para reformar a economia", disse Lagarde. "Há um paralelismo claro com a situação que se vive agora com a pandemia", frisou.
A presidente do BCE defendeu que agora é o momento de dar mais resiliência às economias europeias, fazendo as transições verde e digital, aproveitando os fundos do NextGeneration EU.
A União Europeia também deve reforçar a sua autonomia, "diversificando as cadeias de fornecimento", notou, dando como exemplo a excessiva dependência que o bloco tem da China em alguns produtos: 93% do fornecimento de magnésio, um bem crucial para as indústrias automóvel e de construção, vem da China.
"Na nossa orientação de política sobre taxas de juros, articulámos claramente as três condições que precisa de ser satisfeitas antes das taxas de juro começarem a subir. Apesar do aumento atual da inflação, o cenário de médio prazo continua contido e por isso é muito improvável que estas três condições sejam satisfeitas no próximo ano", disse a presidente do BCE, na sessão comemorativa dos 175 anos do Banco de Portugal, que decorre no Museu do Dinheiro, em Lisboa.
Já quanto à calibração das compras de ativos assim que a pandemia for ultrapassada, voltou a dizer que a estratégia será revelada em dezembro. Mas notou que "mesmo depois do fim esperado da emergência pandémica, será ainda necessário que a política monetária – incluindo a calibração da compra de ativos – suporte a recuperação e o regresso sustentável ao objetivo de 2% de inflação".
Lagarde aproveitou o facto de estar em Lisboa para fazer um paralelismo entre a capacidade que o país teve de superar o choque provocado pelo terramoto de 1755, com a morte de milhares de pessoas e um abalo económico entre 32% e 48% do PIB, e a pandemia de covid-19. "O terramoto proporcionou ao governo um momento de agora ou nunca para reformar a economia", disse Lagarde. "Há um paralelismo claro com a situação que se vive agora com a pandemia", frisou.
A presidente do BCE defendeu que agora é o momento de dar mais resiliência às economias europeias, fazendo as transições verde e digital, aproveitando os fundos do NextGeneration EU.
A União Europeia também deve reforçar a sua autonomia, "diversificando as cadeias de fornecimento", notou, dando como exemplo a excessiva dependência que o bloco tem da China em alguns produtos: 93% do fornecimento de magnésio, um bem crucial para as indústrias automóvel e de construção, vem da China.
(Notícia atualizada às 11:48 com mais informação)