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Itália quer acabar com o segredo nas decisões do BCE

O governador do Banco de Itália pretende que sejam conhecidas as posições dos membros do conselho de governadores do BCE.

Reuters
18 de Dezembro de 2019 às 11:17
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Ao contrário de outros bancos centrais, as decisões de política monetária no Banco Central Europeu não são votadas. Nem se sabe quem manifestou uma posição contrária à maioria. O governador do Banco de Itália quer mudar as regras, sobretudo para expor os dissidentes.

 

Em declarações ao Financial Times, Ignazio Visco (na foto) defende que na reflexão estratégica que o BCE vai realizar em 2020 deve estar incluído um plano para impedir a repetição das divisões que marcaram as últimas reuniões do mandato de Mario Draghi.

 

Foram vários os membros do conselho do BCE que se mostraram contra a decisão de reduzir a taxa dos depósitos para -0,5%, numa divisão sem precedentes no órgão que decide a política monetária do banco central.

 

"Na reflexão estratégica também temos que decidir como devemos aceitar os dissidentes", disse Ignazio Visco.

 

Nas conferências de imprensa que se seguem às reuniões de política monetária, o presidente do BCE habitualmente refere se as decisões adotadas foram aprovadas por consenso ou por maioria. Mesmo nas atas das reuniões, que são reveladas algumas semanas depois destas terem ocorrido, nada é dito sobre as posições manifestadas por cada membro do BCE.

 

O conselho de governadores do BCE é composto pelos 19 líderes dos bancos centrais nacionais, mais seis membros com funções executivas (grupo onde se inclui o presidente).

 

Na Reserva Federal e no Banco de Inglaterra as decisões de política monetária são acompanhadas pelo sentido de voto de cada um dos membros dos bancos centrais. No caso da Fed até se sabe o que defendem os governadores que votaram vencidos.  

 

Os que defendem que o segredo deve continuar sobre o que se passa nas reuniões do BCE, alegam que tornar as posições públicas vai expor os governadores a pressões nos seus países.

 

"Devemos lutar pela transparência sempre que possível e se isso implica identificar os dissidentes, ou posições diferentes entre os membros [do conselho do BCE], pessoalmente não tenho muito a dizer contra", acrescentou Visco.

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