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Draghi responde a críticas do banco central da Índia

FMI alinhou com avisos de Raguram Rajan, governador do banco central da Índia, sobre a necessidade de coordenação de esforços a nível internacional.

06 de Fevereiro de 2014 às 19:20
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Mario Draghi considera importante a troca de informação e o debate entre bancos centrais, mas a coordenação acaba aí. É que o mandato de cada um, é o mandato de cada um. E se o novo governador do banco central da Índia considera que outros bancos centrais estão a ser egoístas, então deve prová-lo, mostrando que o prejudicaram de forma gratuita. Tirando isso, Raghuram Rajan, “é um óptimo economista” com quem terá “todo o prazer de trocar impressões” quando se encontrarem no G-20 ou no BIS.

 

Raghuram Rajan, o governador do banco central da Índia, está como os seus colegas de outras economias emergentes a sofrer o impacto da decisão da Fed de começar a retirar estímulos à economia. Na semana passada, Rajan não escondeu o desagrado com a forma como os países avançados estão a gerir as suas economias sem olharem para os impactos no emergentes.

 

“A cooperação internacional quebrou-se (...) as economias industrializadas têm de desempenhar a sua parte para restaurar essa [cooperação], e não podem nesta fase lavar as suas mão e dizer que fazemos o que precisamos e vocês ajustam”, afirmou numa entrevista à Bloomberg.

 

A resposta de Draghi chegou hoje. “Cada autoridade de política monetária tem a sua estrutura institucional específica” e o “cumprimento do mandato é sempre a prioridade”. “A troca de informação e a discussão são muito úteis”, continuou, dizendo que se há problemas, poderão tentar melhorar. Mas a coordenação fica por aí, afirmou em conferência de imprensa.

 

Questionado sobre a acusação do seu colega indiano, responde: “Rajan é um excelente economista. Mas o que um ter demonstrar para falar de egoísmo, é que acções dentro do BCE ou Fed foram decididas não para o bem do respectivo mandato, mas por outras razões. E que ao fazê-lo prejudicaram outros países. A prioridade para todos nós é cumprir o nosso mandato afirmou, rematando com a garantia que gostará muito de trocar impressões com Rajan.

 

Bem diferente foi a posição do FMI sobre o mesmo tema. A partir de Washington, numa das conferências de imprensa regulares, Gerry Rice, porta voz do Fundo, alinhou com as preocupações de Raghuran Rajan: “Este é um mundo cada vez mais interligado, onde as acções de um país têm obviamente impactos e consequências nos outros”, uma realidade que deve ser considerada pelos decisores de política económica, afirmou, citado pela Reuters. Rice, no entanto, teve o cuidado de dizer que a Fed comunicou clara e antecipadamente o seu plano de actuação.

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