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Draghi diz que “inflação baixa é um risco por si” e espera por Março

Em Frankfurt não se vê deflação, mas admite-se que a inflação aos níveis actuais por um longo período de tempo é um risco por si só. No entanto, o conselho de Governadores considera que precisa de mais informação, pelo menos até Março, para qualquer decisão, justificou Mario Draghi.

06 de Fevereiro de 2014 às 15:21
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Nem cortes na taxa de juro central, nem na taxa de depósitos que os bancos fazem no BCE, nem injecções de liquidez ou compras de activos. Todos os instrumentos estão disponíveis, mas o BCE considera que não tem informação suficiente para agir contra os riscos deflacionistas que têm alarmado um crescente leque de economistas. Por um lado, em Frankfurt não se antecipam riscos de deflação para a Zona Euro. Por outro, diz o presidente da autoridade monetária, é verdade que a “inflação baixa, nos actuais níveis por um longo período de tempo, é um perigo em si mesmo”. Em aberto ficam decisões para Março, conclui-se da conferência de imprensa desta quinta-feira.

 

Mario Draghi começou por dizer que “não há deflação” na Zona Euro, mas apenas a expectativa de “inflação baixa por um período longo de tempo”. Na análise do BCE , a taxa da inflação deverá manter-se na casa dos 0,7% a 0,8% dos últimos meses por um longo período de tempo, para depois subir gradualmente, a par com a "recuperação modesta" da Zona Euro. De tal forma que, de acordo com o presidente do BCE, “as expectativas de inflação estão firmemente ancoradas” em torno do objectivo de médio prazo do BCE, de inflação abaixo, mas próxima de 2%.

 

Mas ao mesmo tempo que afastou o cenário de deflação da Zona Euro, o presidente do BCE reconheceu que “taxas de inflação baixas, como as actuais, por um longo período longo de tempo são risco em si mesmas”. “São um risco para a recuperação e um risco para os níveis de dívida em termos reais”, acrescentou.

 

Perante a pressão crescente das últimas semanas para que o BCE faça qualquer coisa para travar as dinâmicas deflacionistas que pairam sobre a Zona Euro, Draghi justificou a inacção. “É um quadro complexo”. “Precisamos de mais informação”, afirmou, referindo vários elementos de informação que estarão sujeitos a análise nas próximas quatro semanas e que poderão levar a decisões na reunião de Março. “Nós estamos alerta para estes riscos e estamos prontos a actuar”.

 

Em primeiro lugar as previsões trimestrais dos economistas do BCE que, pela primeira vez trarão estimativas de inflação e PIB para 2016. Em segundo lugar, mais alguma informação e análise sobre a turbulência nos mercados emergentes. Em terceiro lugar, o BCE continuará a analisar a evolução do crédito concedido prejudicado pelo comportamento dos bancos que, no final ano, terão reajustado carteiras, prejudicando o financiamento da economia. Em quarto lugar Draghi quer ter acesso aos dados de PIB do quarto trimestre de 2013, os quais serão conhecidos até final do mês.

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