Notícia
Draghi: BCE ainda não pode declarar vitória na inflação
O presidente do BCE afirmou que há perspectivas positivas para a inflação aproximar-se das metas do banco central, mas reiterou a promessa de ajustar a política monetária de forma paciente.
Numa altura em que a expectativa de aceleração da inflação a nível global está na ordem do dia, devido às fortes quedas que está a provocar nas acções e obrigações, o presidente do Banco Central Europeu veio colocar alguma água na fervura.
"Apesar de termos reforçado a confiança que a inflação vai convergir para a nossa meta de abaixo mas próximo de 2%, não podemos ainda declarar vitória nesta frente", afirmou Mário Draghi aos deputados europeus em Estrasburgo.
O presidente do BCE prometeu ainda que a "política monetária vai evoluir de uma forma totalmente dependente dos dados económicos e ao longo do tempo".
A inflação na Zona Euro abrandou para 1,1% em Janeiro deste ano, ainda longe da meta do BCE, mas os responsáveis do banco central já iniciaram o debate sobre qual a melhor forma e altura para alterar a sua comunicação, de forma a preparar os mercados para a retirada de estímulos.
As expectativas actuais apontam para que o BCE adopte um programa de compra de activos de menor dimensão nos últimos três meses do ano, depois do actual acabar em Setembro. E que só em 2019 aumente a taxa de juro de referência, que actualmente está em mínimos históricos.
Foi o baixo nível da inflação que levou o BCE a adoptar um programa de compra de activos que já injectou 2,6 biliões de euros na economia.
O BCE tem prometido que a retirada de estímulos será efectuada de forma gradual, sendo que as expectativas sobre este tema têm vindo a crescer devido ao forte ritmo de crescimento da economia europeia. Sobre este assunto, Draghi afirmou que a economia da zona euro está a "crescer de forma robusta, com taxas mais elevadas do que antecipávamos anteriormente e significativamente acima do potencial".
Os dados preliminares do BCE apontam para que a economia da Zona Euro tenha crescido 2,5% em 2017, o que compara com a taxa de crescimento que o banco central antecipava em Dezembro de 2016.
"Embora possamos estar mais confiantes sobre o ritmo da inflação, é ainda necessário que sejamos pacientes e persistentes no que diz respeito à política monetária", afirmou o presidente do BCE, adiantando que é ainda preciso mais evidências das pressões inflacionistas e que a taxa de inflação "convirja de forma duradoura em direcção aos nossos objectivos".