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Constâncio preocupado com efeitos da subida de juros da Fed

O vice-presidente do Banco Central Europeu alerta que a subida de juros da Reserva Federal pode ter repercussões mais fortes na economia global do que no passado.

Negócios 15 de Outubro de 2015 às 10:45
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Vítor Constâncio mostrou-se esta quinta-feira preocupado com os efeitos da possível subida da taxa de juro nos Estados Unidos, já que a economia mundial mudou e os bancos centrais têm menor experiência em sair de uma situação de taxas de juro zero.

 

De acordo com a Reuters, Constâncio defendeu que uma subida de juros da Reserva Federal terá um maior impacto uma vez que os mercados emergentes, sobretudo a China, estão agora integrados na economia global a um grau sem precedentes. Além disso, a produção económica dos países está mais interligada e o fluxo de capitais transfronteiriço aumentou.

 

A taxa de juro de referência nos Estados Unidos está próxima de zero desde 2008 e a Reserva Federal deu indicações que poderia subir os juros ainda em 2015. Contudo, na reunião do mês passado optou por manter o preço do dinheiro devido à turbulência nas economias emergentes, sobretudo a China.

 

Janet Yellen não afastou o cenário de efectuar o primeiro aumento de juros em quase dez anos na reunião de Dezembro, mas os analistas estão a contar com um agravamento da política monetária só em 2016.

 

"A verdade é que dada a falta de precedentes históricos sobre o impacto de uma saída de uma situação de taxas de juro zero por parte de uma grande economia, os analistas de mercado e os responsáveis de política monetária não têm muita alternativa além de ‘aprenderem em tempo real’", referiu Constâncio num discurso efectuado em Hong Kong e citado pela Reuters.

 

Numa altura em que a Fed se prepara para subir os juros, na Europa o BCE deverá manter a taxa de referência em 0,05% por mais tempo e admite até reforçar a política de estímulos. Constâncio diz que esta divergência reflecte as diferenças nos fundamentais das duas economias e que não constitui um problema. Mas desta vez "a divergência pode ter uma maior repercussão global do que no passado", alertou.

 

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