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Christine Lagarde: “A recuperação económica foi atrasada, mas não descarrilou"

Francois Lenoir
07 de Fevereiro de 2021 às 11:47
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A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, mostrou-se hoje confiante de que 2021 será o ano da recuperação económica na Europa, que ainda assim só recuperará o nível anterior à crise provocada pela covid-19 em meados de 2022.

Numa entrevista publicada hoje no semanário francês Le Journal de Dimanche, Lagarde assinalou que a retoma irá acelerar a partir do verão. "A recuperação económica foi atrasada, mas não descarrilou", disse. "Continuamos convencidos de que 2021 será um ano de recuperação."

A presidente do BCE reiterou a previsão de 4% para o crescimento do PIB este ano, "quem sabe até acima", mas disse que "tudo dependerá da política de vacinação" contra o novo coronavírus nos diferentes países e "das medidas que vão tomar os governos para responder às condições sanitárias".

É imperativo manter os estímulos

Christine Lagarde alertou também para o perigo de se retirarem os apoios à economia demasiado cedo. "Assim que a pandemia acabar e a crise económica imediata ficar para trás, teremos uma situação complicada nas nossas mãos".

 

Não devemos "repetir os erros do passado, cortando os estímulos orçamentais e monetários de uma vez", disse ela. Em vez disso, as autoridades devem oferecer um apoio flexível que é reduzido gradualmente.

"As economias terão que aprender a funcionar novamente sem a ajuda de nenhuma das medidas excecionais que tiveram que ser introduzidas como resultado da crise", acrescentou. 

A presidente do BCE considerou o programa de compra de títulos de 1,85 biliões de euros do banco central da zona euro como "apropriado" no tamanho e "razoável" na duração, mas mostrou disponibilidade para o rever caso seja necessário.


Ratificação rápida do Plano de Recuperação da UE

Lagarde indicou que a crise teve o efeito de acelerar a coesão europeia graças ao empréstimo comum obtido pelos Estados e apelou a uma ratificação rápida para poder atuar o mais brevemente possível.

A responsável reconheceu que a crise aumentou as diferenças que existiam entre os Estados, mas mostrou-se confiante de que os planos de recuperação podem servir para reduzi-las.

Ao mesmo tempo, considerou que os investimentos previstos no plano de recuperação servirão para criar riqueza e fazer face ao endividamento em que se encontra a maior parte dos países.

Lagarde garantiu que o cancelamento da dívida com o BCE, pedido por alguns economistas, "não é possível" porque "seria uma violação do tratado europeu que proíbe estritamente o financiamento monetário dos estados".
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