A taxa paga pelo BCE aos bancos quando estes “estacionam” liquidez no banco central, actualmente em 0%, poderá passar para terreno negativo caso o BCE considere que é necessária uma política  monetária mais acomodatícia.

As fontes contactadas pela Bloomberg dizem, no entanto, que, a confirmar-se o corte na taxa de depósitos, não será dos habituais 25 pontos-base mas de apenas 10 pontos-base, ou seja, para -0,1%.

Seria uma medida inédita por parte do Banco Central Europeu. Apesar dos avisos de vários intervenientes de que esta pode ter “consequências indesejáveis”, o BCE nunca afastou a possibilidade de vir a adoptar esta medida como forma de incentivar os bancos a emprestarem uns aos outros e à economia real e a não “estacionarem” a liquidez no banco central.

Um porta-voz do BCE contactado pela Bloomberg recusou comentar a notícia.

Apesar de este tema ter sido debatido, as fontes indicam que ainda não existe consenso para avançar com esta medida. Os membros do conselho de governadores vão ter uma reunião em Frankfurt esta semana.

As “consequências indesejáveis” citadas por alguns observadores são a possível erosão da rendibilidade dos bancos, o que pode penalizar a sua capacidade de emprestar à economia. Alguns chegam mesmo a considerar que isto seria um “imposto” sobre a banca.

Por outro lado, outros especialistas consideram que esta pode ser uma arma importante para combater o risco de deflação na Zona Euro.

O euro passou a cair cerca de 0,5% face ao dólar, para 1,3468 dólares, e as bolsas europeias seguem com tendência positiva, após estes comentários.