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BCE manteve mensagem e mostrou preocupações com a subida do euro

Os relatos da reunião de política monetária de 20 de Julho mostram preocupação em agir com cautela para evitar interpretações exageradas do mercado. E revelam preocupações com a subida do euro.

8º Mario Draghi, 602 notícias - O BCE continuou este ano a ter um papel determinante no rumo dos mercados, com várias decisões relevantes a mexerem nos mercados. O presidente da autoridade monetária foi citado em mais de 600 notícias do Negócios este ano.
Reuters
17 de Agosto de 2017 às 12:46
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Na última reunião de política monetária, a 20 de Julho, o BCE deixou tudo na mesma e Mario Draghi até adoptou um tom mais suave do que o esperado pelos mercados. Mas os membros do Conselho de Governadores discutiram a necessidade de alterar a linguagem utilizada nas orientações futuras sobre a política monetária, revelam os relatos dessa reunião, divulgados esta quinta-feira, 17 de Agosto. Mas essa mudança foi refreada devido aos receios da reacção do mercado e, também, ás preocupações em relação à valorização do euro.

"Foi feita a sugestão de que se devia dar alguma consideração a um ajustamento da linguagem na orientação futura porque adiar esse ajustamento por demasiado tempo pode levar a um desalinhamento entre a comunicação do Conselho de Governadores e a sua avaliação do estado da economia, o que poderia provocar uma volatilidade mais pronunciada nos mercados financeiros quando a comunicação acabe por mudar", refere-se nos relatos.

Ainda assim, e depois das palavras de Draghi em Sintra, no final de Junho, terem provocado volatilidade nos mercados de obrigações, o BCE preferiu jogar à defesa. "Foi genericamente entendido como importante nesta fase que se evitasse enviar sinais que possam ser propensos a interpretações exageradas e que possam ser prematuros. Assim, houve acordo entre todos os membros para reter todos os elementos da orientação futura".

Preocupações com os valores do euro

A cautela do BCE é explicada pelo objectivo de se manterem as condições financeiras que promovam o crescimento e a recuperação da inflação. E os responsáveis do banco central até consideraram que continuaram favoráveis. Mas notaram evoluções que podem causar apreensão.

"Em relação às taxas de câmbio, apesar de ter sido sublinhado que a valorização do euro até à data pode ser, em parte um reflexo das alterações nos fundamentais da Zona Euro em relação ao resto do mundo, foram expressadas preocupações sobre o risco da taxa de câmbio ter aumentos significativos no futuro", revelam os relatos.

Até porque os responsáveis do BCE admitem que essa valorização do euro seja um dos factores a pressionar a inflação. "No curto prazo espera-se que a inflação permaneça aos níveis actuais, apesar de ligeiramente mais baixa que o esperado anteriormente, devido principalmente aos desenvolvimentos recentes nos preços do petróleo e nas taxas de câmbio". A taxa de inflação foi de 1,3% em Junho, abaixo de 1,4% em Maio e de 1,9% em Abril. Já a inflação subjacente, que exclui preços de energia, "continua baixa e sem ainda mostrar sinais convincentes de recuperação". 

Assim, na reunião de Julho, o BCE decidiu manter as taxas de referência e deixar inalterado o valor de 60.000 milhões de euros das compras mensais de activos.


(Notícia actualizada com mais informação)

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