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Juros a dez anos em mínimos de 12 meses antes de Jackson Hole

Na próxima quinta-feira começa o simpósio de Jackson Hole e os investidores aguardam pelas declarações dos principais banqueiros centrais. Draghi não deverá deixar indicações sobre o rumo da política monetária o que pode estar a levar a uma descida dos juros.

Mario Draghi vai estar em Jackson Hole no final da semana Bruno Simão
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Os juros da dívida pública portuguesa estão a cair no mercado secundário, um movimento que não é exclusivo das obrigações nacionais. Os juros exigidos pelos investidores para trocarem dívida nacional entre si recuam 4,1 pontos base para 2,733%, tendo estado já nos 2,729% nesta segunda-feira, 21 de Agosto – o valor mais baixo desde 16 de Agosto do ano passado.

Nas restantes maturidades, as "yields" nacionais estão também em queda. A dois anos, as taxas de juro descem 1,2 pontos base para 0,025%. E a cinco anos perdem 2,4 pontos base para 1,052%.

Esta descida, nomeadamente da dívida nacional, tem lugar numa altura em que os investidores aguardam pelo arranque do simpósio de Jackson Hole, nos Estados Unidos, agendado para a próxima quinta-feira, 24 de Agosto. Os principais banqueiros centrais vão estar presentes neste evento, incluindo o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi.

Duas fontes da Reuters antecipam que o líder da autoridade monetária da Zona Euro não vai transmitir nenhuma mensagem nova sobre a política monetária na área do euro. Esta indicação acaba por reduzir um pouco as expectativa em torno do que é que Draghi vai dizer e leva o mercado a acreditar que o BCE vai manter o ritmo do programa de estímulos, o que pode estar a levar os investidores a apostarem na dívida nacional e consequentemente baixar os juros.

Por outro lado, o facto de os investidores acreditarem numa manutenção do programa de estímulos está a pressionar o euro (desce 0,14% para 1,1744 dólares). A evolução da moeda da Zona Euro foi precisamente uma das preocupações manifestadas na última reunião do banco central, a 20 de Julho.


"Em relação às taxas de câmbio, apesar de ter sido sublinhado que a valorização do euro até à data pode ser, em parte um reflexo das alterações nos fundamentais da Zona Euro em relação ao resto do mundo, foram expressadas preocupações sobre o risco da taxa de câmbio ter aumentos significativos no futuro", revelam os relatos desse encontro.

Entretanto, nos últimos meses, uma das grandes perguntas dos mercados é quando e a que ritmo o BCE irá começar a retirar o programa alargado de compras de activos. A outra, é a consequência que essa saída terá nas obrigações europeias. Mas o impacto deverá ser mitigado pela política de reinvestimentos que a entidade liderada por Mario Draghi irá manter após o fim do programa. 

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